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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Rio Grande do Sul

O que o governo chamou de “fake news”, no fim, era verdade

Segundo diretor-geral da ANTT, seis caminhões com donativos para o Rio Grande do Sul foram multados. (Foto: Divulgação / ANTT)

O governo botou a boca no mundo, se queixou com o ministro da Justiça, pediu para o Supremo – o Supremo! – investigar notícias falsas de que estariam bloqueando caminhões que estavam levando donativos para o Rio Grande do Sul. Pois a Agência Nacional de Transportes Terrestres, no Diário Oficial de quinta, desmentiu o governo. Não era notícia falsa, porque a ANTT publicou uma portaria dizendo que a simples declaração verbal do motorista será suficiente para a liberação do veículo pela fiscalização; a portaria também está dispensando a pesagem e o pedágio. Quer dizer que estavam bloqueando e cobrando, não é? Talvez não de todos, talvez dependesse de alguns postos, alguns eram mais burocratas que outros.

Burocracia é uma coisa incrível! O sujeito não se abre. O vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, que participou de muitas reuniões, se queixou dizendo que a burocracia do governo emperra tudo. Tanto que a iniciativa privada está sendo mais ágil, mais forte, mais eficaz que o Estado brasileiro em tudo no Rio Grande do Sul. Está trabalhando em conjunto com a Brigada Militar, com os bombeiros, com a Defesa Civil, com o Exército, em conjunto com o Estado. Ela tem uma logística perfeita de receber as pessoas, alimentar, abrigar, medicar, localizar pessoas perdidas. É principalmente a iniciativa privada que está fazendo isso. Está fazendo um grande trabalho também para recuperar passagens de rios; a engenharia do Exército está fazendo um excelente trabalho, vital, mas é um esforço conjunto de todo mundo.

Vi também que os voluntários estão estabelecendo lei marcial nos abrigos. Quer cachaça? Vai ser expulso. Se tocar numa criança ou numa mulher, não vai para a polícia, não; vai ser justiçado lá mesmo. Não sei como vão fazer isso, mas vi a promessa, falaram em “esmagar” a pessoa. É o rigor na emergência.

Moraes mantém Filipe Martins preso apesar de pedido da PGR 

A Procuradoria-Geral da República pediu a soltura de Filipe Martins, que está preso desde 8 de fevereiro, mas o ministro Alexandre de Moraes não deixou sair. Martins foi preso porque teria ido com Jair Bolsonaro para os Estados Unidos, mas ele não foi e demonstrou que não foi. Estava no Paraná, apresentou passagem, foto, câmeras do aeroporto. Não estava na Flórida. Mas continua preso. A gente imagina que prisão preventiva é porque ele poderia alterar testemunhos, alterar provas, ou coisa assim; ou será para ver se ele confessa alguma coisa incriminando o ex-presidente da República?

Centralizar segurança pública é acabar com a federação

O ministro da Justiça está falando em centralizar a segurança pública. Uau! Vai ter de mudar a Constituição, tirar o nome de “federativa”, será República Unitária do Brasil. Porque estão tirando todo o poder dos estados e municípios; o município devia centralizar o maior poder, depois o estado e por último a União, mas a União já centraliza tributos, dinheiro, ações de saúde e, agora, quer mandar na segurança pública. É assustador o que se tenta fazer do Estado brasileiro: algo parecido com um Estado totalitário, que é um regime centralizado, com censura, em que o poder central pode tudo, inclusive intimidar os cidadãos para que só falem a favor do governo, digam coisas bonitas a favor do governo, em que não podem criticar porque são punidos. Isso é um regime totalitário, não o regime que está na nossa Constituição.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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