Para que lado vai Moro? Para que lado vai Doria? Como é que fica Eduardo Leite? Essas são algumas perguntas que a gente tem depois de toda essa movimentação de troca-troca de partidos em que a cada quatro deputados federais, um trocou de partido. E esse troca-troca beneficiou o partido de Bolsonaro, que ficou sendo a maior bancada da Câmara, e também beneficiou outros partidos que estão apoiando a reeleição do presidente.
Nos governos dos estados, renunciaram para concorrer ao Senado o governador Flávio Dino (PSB), do Maranhão; Renan Filho (MDB), de Alagoas; Wellington Dias (PT), do Piauí; e Camilo Santana (PT), do Ceará.
Mas renunciaram também para concorrer à mesma vaga de candidato à presidência da República – e pelo mesmo partido, o PSDB – João Doria, ex-governador de São Paulo, e Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul. Não cabem os dois, e certamente Doria não vai querer ser vice de Eduardo Leite, e a recíproca é verdadeira.
E Eduardo Leite já deu uma declaração dizendo que ele está entre a nova geração que vai mudar o mundo, junto com – ele disse – Volodymyr Zelensky; Emmanuel Macron; Justin Trudeau, lá do Canadá; e com a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.
Moro em dificuldades
Já Moro saiu do Podemos e fechou as portas do Paraná para ele. Porque quem estava o apoiando eram o Álvaro Dias e o Oriovisto Guimarães, os dois senadores do Paraná. E o União Brasil disse que "aqui, como candidato a presidência da República, não – só se quiser ser candidato a deputado estadual ou federal por São Paulo". Então ele está amarrado num estado onde ele não é tão conhecido como no Paraná e já há até uma certa dúvida sobre se ele consegue algum cargo eletivo.
Enquanto isso, três prefeitos de capitais também estão arriscando: o Alexandre Kalil (PSD), de Belo Horizonte, quer ser governador e renunciou no meio do mandato. O Gean Loureiro (União Brasil), lá de Florianópolis, também quer ser governador, assim como o Marquinhos Trad (PSD), de Campo Grande.
Terceira via enfraquecida
E cada vez mais está enfraquecida a tal “terceira via”, que foi tão falada pelos especialistas – especialistas que disseram que o Viktor Orbán iria perder a eleição de ontem lá na Hungria, e ele ganhou pela quarta vez. Especialistas que disseram que o Moro iria acabar com a polarização porque seria o presidente da República. E aí a terceira via está vendo que não vai ter; vai acabar com o Ciro Gomes tendo mais votos do que o Eduardo Leite.
A tendência é o Eduardo Leite virar candidato do PSDB, mas aí ele tem que se tornar conhecido no Piauí, no Pará, em Roraima, em Mato Grosso, em Minas Gerais, na Bahia... Vai ser complicado, tem pouco tempo para isso.
Disputa entre direita e esquerda
São esses os problemas dos que sonharam e levitaram. E os outros ficaram com o pé no chão diante da realidade. E a realidade é esta: vai ser uma disputa entre direita e esquerda. Para o pessoal do Bolsonaro, o Bolsonaro sugere que é a luta entre o bem e o mal. Vai ser uma campanha difícil a de Lula, depois de todas as condenações, depois do Mensalão, depois do Petrolão, depois da Lava Jato... Vai ser muito difícil convencer as pessoas que não são fanatizadas.
Ainda não começou a campanha, mas está todo mundo se movimentando.
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