Se você costuma trafegar em rodovias federais ou é caminhoneiro tenho uma boa notícia para você. O presidente da República determinou que os radares móveis da Polícia Rodoviária Federal não funcionem, fiquem parados.
Ele recebeu muita queixa de caminhoneiro dizendo que os radares estão sendo uma indústria da multa. Por exemplo, em uma longa descida um caminhão pesado correndo inevitavelmente vai passar do limite de velocidade.
O radar móvel está sendo retirado. Provavelmente vai sair um aviso oficial – hoje ou amanhã. Mas é a notícia que eu tenho a dar para vocês que trafegam em rodovias federais, nas BRs.
Uma viagem de sopetão
Aliás, tem rodovias estaduais que não têm mais isso também, porque o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, mandou tirar. O presidente e Caiado combinaram isso juntos diante de caminhoneiros.
O presidente resolveu do dia para a noite ir a Goiânia na sexta-feira. Ele resolveu na quinta. Foi uma correria para preparar a viagem. Pegou um helicóptero e foi – foi acompanhado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que é um excelente ministro.
Ele também foi a um encontro da igreja evangélica – Assembleia de Deus, se não me engano – e depois entrou em um posto de gasolina naqueles restaurantes de beira de estrada e foi almoçar com os caminhoneiros e conversou com eles sobre os radares móveis.
Princípios religiosos
Antes, o presidente da República havia conversado com o pessoal da igreja evangélica. Eles reclamaram que o Supremo Tribunal Federal está toda hora passando por cima daquilo que está na Constituição de que todos são iguais perante a lei. Ou seja, homens e mulheres são iguais, preto e branco são iguais, amarelo é igual, verde é igual. Tá escrito lá, todos são iguais perante a lei independentemente de diferenças de qualquer natureza.
Mas estão fazendo legislação que, inclusive, contraria princípios religiosos. Se a própria Constituição fala em respeito aos valores religiosos, eles reclamaram que o Supremo não está respeitando esses valores.
Por esse motivo o presidente disse que está precisando ter um ministro do Supremo que seja religioso – que seja evangélico, que seja lá de que religião for – para dar um contrapeso nisso aí. Isso não significa que vai ser o próximo, porque ainda devem sair os ministros Marco Aurélio e Celso de Mello. Quando isso acontecer o presidente da República vai indicar para o Senado os novos nomes. A gente não sabe quem são esses nomes.
Aí fica a bola de cristal funcionando: “O Sergio Moro não é evangélico?” Olha, esqueçam isso, ainda há mais de ano para passar. Muita água vai passar por debaixo da ponte.
Vai haver reação
O presidente também disse para os caminhoneiros que a profissão deles está incluída nas profissões de risco que têm direito ao porte de arma para dissuadir os assaltantes na estrada. Quando os assaltantes souberem que vai haver reação, as coisas podem mudar.
Aproximações
Houve convenções do DEM e do PSDB. Nas duas convenções saíram manifestações favoráveis à reforma da Previdência. O DEM anunciou que não faz parte do centrão – o centrão ficou muito com essa pecha de fisiologismo.
O PSDB elegeu um novo presidente, Bruno Araújo, que é muito simpático ao governo. Ele disse inclusive que vai reunir a bancada com o relator Samuel Moreira – que é do PSDB – para fazer a reforma da Previdência mesmo. Isso aproxima muito.
Outra coisa: por anos a gente pensou que a polarização era entre PSDB e PT – e não é, né? Isso é a mesma coisa que dizer que a Pepsi-Cola e a Coca-Cola são concorrentes, quando têm o mesmo sobrenome.