Por 68 a 10, o Senado Federal aprovou a indicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro do novo procurador-geral da República, que entra no lugar de Raquel Dodge. É Augusto Aras, que não estava naquela lista tríplice levada corporativamente pelo pessoal do Ministério Público.
Nem todos os procuradores estão presentes nessa escolha da lista tríplice, porque é feita uma eleição interna. Depois eles levam ao presidente. Isso era feito do governo Lula para cá, mas não há nenhuma disposição legal a respeito disso. Aras passou na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e agora é o novo procurador-geral da República.
Alcolumbre vai a Toffoli
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, foi ao presidente do STF, Dias Toffoli, pedir que anule a liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, que autorizou busca no gabinete do senador Fernando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado.
No dia em que houve a busca, o senador entregou o cargo à Presidência da República. O presidente Bolsonaro não aceitou e, inclusive, afirmou que já sabia que ele estava sendo investigado e o escolheu mesmo assim. Portanto, vai esperar o fim dessa história. Vai esperar a conclusão para saber se realmente existe alguma ilicitude ao fim das investigações.
A polícia alega que pegou um registro digital intitulado “doações ocultas”. De qualquer forma, isso ocasionou o adiamento da votação da reforma da Previdência para semana que vem. Alcolumbre alega que em primeiro lugar vem a defesa do Legislativo, por isso ele foi ao Supremo pedir anulação disso tudo.
Vetos derrubados
O resultado do adiamento da reforma da Previdência foi a votação dos vetos do presidente na Lei de Abuso de Autoridade. De 33 vetos presidenciais, 15 permaneceram, mas 18 foram derrubados.
Quem festejou isso foi o autor dessa lei, que é o senador Renan Calheiros (MDL-AL). Ele não era o autor inicial, mas fizeram tantas mudanças que ele se tornou o autor. Essa lei pegou carona no projeto inicial do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Se a gente ler como ficou a lei, ela se tornou o abuso do criminoso investigado. Porque a ameaça o juiz, o Ministério Público e a polícia. Qualquer coisa que ele fizer virou crime ele corre o risco de ir para a cadeia. Alguns exemplos:
Mostrar parte do investigado. Fazer algum interrogatório com o preso no horário que em que ele devia estar dormindo. O juiz decretar prisão que não era devida ou sebloquear bens muito acima do que seria razoável. Se fizer algo do tipo, o juiz corre o risco de “pegar uma cadeia”.
Contundente sem ser agressivo
O presidente Jair Bolsonaro, entrevistado pelo Correio Braziliense, disse: “Tínhamos que ser contundentes, mas não agressivos”. Na verdade, ele foi bem contundente sem ter sido agressivo.
Eu tenho falado com as pessoas, e se eu fizesse uma enquete daria quase 100% de apoio. Eu vou voltar a dizer, é claro, que os eleitores de Haddad certamente não aprovam a fala presidencial na Assembleia Geral da ONU.
Mas as pessoas em um auditório em que eu estava - que são médicos e administradores de hospitais - aprovaram inteiramente o discurso e ainda disseram que aquele foi um discurso de estadista. Um discurso forte, mas que mostrou que o Brasil tem dono: os brasileiros.
Há uma convicção sobre aquilo que foi decidido nas eleições de outubro. O discurso foi uma espécie de prestação de contas que Bolsonaro fez na ONU perante os seus eleitores.
Sobre a Amazônia
O governo está preparando um projeto de lei para tratar sobre mineração em reserva indígena. Porque a Constituição diz que o subsolo é propriedade da União. A reserva é a superfície, mas o subsolo é propriedade da União.
Isso vai tirar a cobiça externa e deixa tudo mais claro. Vão fazer uma lei para regulamentar isso, inclusive, envolvendo os índios no assunto. Pelo menos aqueles que estiverem desfrutando da Reserva.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS