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O presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro| Foto: Isac Nóbrega/PR

Eu venho acompanhando todos os dias a evolução das mortes no Brasil pela Covid-19. Nós vinhamos mantendo um decréscimo nos números e o último número deu um susto. Foram 407 óbitos, metade em São Paulo.

Antes o número de mortes por dia era um entre 110 e 160. Tomara que seja o que estão explicando, falta de notificação em decorrência do feriado. Mesmo assim esse aumento não é justificado.

Nós não estamos em um posição ruim se comparado os sete países com melhor desempenho econômico. Nós temos 16 mortos por milhão de habitantes, e os Estados Unidos está com 150, por exemplo.

Já a Itália tem 423 óbitos por milhão de habitantes, a França tem 335, a Alemanha está com 64 mortes, o Reino Unido tem 276, o Canadá com 57 e o Japão tem apenas 2 mortes por milhão.

Qualquer imagem que vocês veem do povo japonês vocês sempre vão encontrar alguém com máscara, há décadas. Eles têm esse hábito. Nós, no Brasil, ficamos gripados e vamos trabalhar, andamos de ônibus e de elevador e ficamos em locais com aglomeração.

Os brasileiros distribuem o vírus para todo mundo. No Japão não é assim. Tanto que o governo asiático não colocou os habitantes em isolamento social, a medida que eles tomaram foi decretar estado de emergência.

Pró-Brasil e a recuperação da economia

O programa Pró-Brasil foi lançado para a recuperar a economia e dos empregos. Nós ficamos com 13 milhões de desempregados na recessão anterior, vamos ver quantos empregos nós vamos perder com essa pandemia.

O lado bom do coronavírus é que o governo descobriu que há uma imensa necessidade de investimento na infraestrutura desde sempre. Querem destinar R$ 250 bilhões para a infraestrutura por meio de concessões e privatizações. Também querem empregar dinheiro público na área, mas essa verba não poder ser alta porque a arrecadação vai cair.

Nós vamos sair dessa crise sanitária com uma infraestrutura melhor o que vai nos dar capacidade para crescer no futuro. Mas para se fazer um investimento a longo prazo é preciso ter ordem jurídica confiável, não dá para ter a insegurança jurídica que temos hoje.

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Insegurança na política

O diretor da Polícia Federal avisou os delegados regionais que está querendo sair e que o ministro Sergio Moro já está avisado. Eu não sei como essa notícia se tornou a saída de Moro.

Qualquer notícia vira a saída de um membro da União ou uma briga entre integrantes do governo. Faz parte essa militância que se mistura com o jornalismo. Não foi assim que eu aprendi na PUC-RS.

As relações do governo com o Legislativo

O presidente percebeu que tem que conversar com o legislativo, ele não tem saída. Afinal, Bolsonaro já tem 30 anos na Câmara. Jânio Quadros me contou que renunciou porque deu as costas para o legislativo.

A gente viu que Collor, com a sua arrogância em relação ao Legislativo, foi impeachmado. A ex-presidente Dilma não conseguia nem conversar com o próprio partido. O diálogo é necessário.

Desde quarta-feira Bolsonaro está conversando com as lideranças do centrão. Com os parlamentares do DEM, Progressistas, PSD, Republicanos e do PL. O líder do centrão, Arthur Lira, chegou a gravar uma conversa muita amistosa com o presidente.

O que não se tem que fazer é entregar o poder Executivo, ministérios e estatais para que os partidos políticos se locupletem. Ainda mais nesse ano eleitoral e todo mundo está de olho nesse "covidão" que são essas verbas soltas.

A verba eleitoral deste ano está sem controle, sem fiscalização e sem orçamento. O gasto eleitoral de campanha certamente vai ter pouca contribuição porque boa parte da economia parou.

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