O presidente Jair Bolsonaro em manifestação no Palácio do Planalto no dia 17 de maio de 2020| Foto: Sergio Lima/AFP
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Virou rotina manifestação espontânea de domingo pela manhã na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e diante do Palácio do Planalto, com a presença do Presidente da República. Ontem, teve uma adesão barulhenta, forte, enérgica dos caminhoneiros que apareceram lá. Eu não sei quantos caminhões, mas foi muito, e parece que tinha mais gente que no domingo anterior. E dessa vez o presidente não estava lá só com seus amigos tradicionais: estava lá com 11 ministros, no topo da rampa.

Havia faixas contra o Congresso, contra o Supremo, pedindo intervenção militar, havia faixas lá dizendo isso e o presidente pediu que não fizessem manifestações contra a Constituição, ou seja, condenando e pedindo que recolhessem essas faixas. É uma volta atrás do que ele fez outro dia, inclusive indo até na frente do QG do exército, algo que eu mencionei na minha entrevista neste fim de semana para CNN, que ele não deveria ter feito.

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Fez essa manifestação e recebeu o apoio de muita gente. Esse é o grande apoio da democracia. É o povo que elegeu o seu presidente mostrando que apoia o seu presidente. E não há outra outra razão, não há outro tipo de manifestação, qualquer outro tipo seria ir além do que a democracia permite, que é a reunião sem armas, que é a livre manifestação do pensamento, que às vezes é tomada como algo relativo.

Por exemplo, tem duas pessoas presas porque fizeram uma manifestação diante da casa do ministro Alexandre de Moraes, no apartamento dele em São Paulo. Foram enquadrados em perturbação do sossego. Isso é contravenção penal, está lá na lei das contravenções penais decreto lei da ditadura de 1941 dizendo que pega 15 dias de prisão quem perturbar o sossego público. Bom, mas por outro lado é onde é que tá a livre manifestação de opinião, a livre manifestação política?

A conta vai para Witzel

Uma nota que serve de aviso para muitos: a rede de churrascarias “Fogo de Chão” fechou no Rio de Janeiro. Teve que demitir 690 funcionários e já movimentou seu serviço jurídico para mandar a conta para o governador Wilson Witzel. Essa conta é das indenizações que terão que ser pagas tal como determina o artigo 486 da CLT, que diz que a empresa que for fechada por ordem de governo as indenizações terão que ser pagas pelo governo que ordenou o fechamento, é isso.

Quem precisa de lockdown?

Agora queria falar também sobre 20 estados que estão em situação de abertura, inclusive alguns estados em que só capital está com problema. Rio de Janeiro é o maior problema que temos e deveria ter um lockdown mesmo. Há problemas em Belém, em Manaus, em São Luís, em Recife e Salvador. Ceará e São Paulo já estão começando a aliviar. Agora os três estados do Sul, por exemplo, tem 30 milhões de habitantes, tem números parecidos com da Coreia. Florianópolis então, nem se fala, estão extremamente seguros abrir.

Um consultor me chamou a atenção de que 20 estados brasileiros estão nessa situação.O Pará tem problema em Belém, lá no interiorzão do Pará, no interiorzão do Amazonas, embora tenha problema em Manaus, não precisa fechar. Tocantins e Amapá nunca precisaram fazer fechamento. Então, é possível sim contornar a seríssima crise econômica que vem por aí fazendo uma abertura de acordo com a situação estado. Rio de Janeiro não pode, São Paulo ainda não pode, Fortaleza idem. Mas em outros em outras situações é tranquilo.

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A discussão besta da cloroquina

Enquanto isso a gente está com essa discussão besta que é sobre a cloroquina, que está salvando vidas. Eu acho que se Bolsonaro tivesse mostrado a cloroquina lá atrás e dito “olha, não usem esse remédio” aí a grande mídia toda ia mandar usar o remédio. Aí estava resolvido.

Como ele pediu para usar politizaram a situação, tá cheio de gente que foi salva pela cloroquina, tá cheio de médico que usa cloroquina, e inclusive médicos célebres que foram afetados, o doutor Roberto Kalil Filho e o doutor David Uip são exemplos de que funciona.

Enquanto isso, a gente tem aí troca de ministério, não teve liga de tais com o presidente. Eu continuo achando que tem dois principais candidatos aí, que é a doutora Nise Yamaguchi, imunologista, e o doutor e deputado Osmar Terra, que já enfrentou uma epidemia de gripe como secretário do Rio Grande do Sul, e são duas pessoas que têm ideias muito próximas ao presidente, ou vice-versa. Provavelmente o presidente aprendeu com eles.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]