| Foto: Carolina Antunes/PR
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O presidente Jair Bolsonaro reagiu à sua moda a uma declaração da comissária de Direitos Humanos da ONU e ex-presidente do Chile Michelle Bachelet. Ela criticou o alto número de mortes provocadas pela polícia brasileira e disse que a democracia está encolhendo no Brasil.

Bolsonaro reagiu na lata, como deveria ter reagido, dizendo que ela segue a linha do presidente da França, Emmanuel Macron, e se intromete em assuntos internos do Brasil e na soberania brasileira.

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Bolsonaro fez uma observação – também verdadeira – que no país houve uma intervenção militar (em 1973). Eu posso comentar porque estava cobrindo Cone Sul na época, pelo Jornal do Brasil. As mães, mulheres e donas de casa saíam às ruas batendo panelas contra o governo Salvador Allende e denunciando que estava sendo implantado um regime comunista em plena Guerra Fria com armas soviéticas e vindas de Cuba.

Por fim, houve um golpe militar tendo a frente o general Augusto Pinochet. A Força Aérea bombardeou o Palácio de La Moneda, e o presidente Allende foi morto enquanto estava com uma submetralhadora reagindo. Dizem que ele se matou.

Mas, enfim, o pai de Michelle Bachelet foi contra a intervenção. Ele era brigadeiro da Força Aérea, foi preso e, segundo laudo médico, morreu por maus tratos na prisão.

Bom, isso tudo é verdade. Agora o presidente Bolsonaro acrescentou que “gente como o pai da ex-presidente”… Aí foi além da sandália e o presidente do Chile, Sebastián Piñera - que é amigo do Bolsonaro e esteve a poucos dias aqui e na posse de Bolsonaro - foi para televisão e reagiu. Disse que no Chile há questões que se discutem, com discordâncias do que aconteceu nos anos 70 e 80, mas que sempre se separou o respeito às pessoas, e que por isso não pode compactuar com a alusão feita pelo presidente Bolsonaro em relação à ex-presidente Michelle Bachelet - e em especial ao seu pai, no lamentável episódio da morte dele.

Sebastián Piñera pôs as questões chilenas de respeito às pessoas acima das relações dele com o presidente Bolsonaro.

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Fake OU News

Instalou-se nesta quarta-feira (4), às 11h, uma Comissão Mista de deputados e senadores para estudar fake news. Em primeiro lugar, ou é news ou é fake. Não existe notícia falsa porque se for falsa não é notícia.

Agora, parece que as pessoas estão com medo das redes sociais. Porque as redes sociais deram voz a todo mundo. Será que isso não é democrático? Todo mundo tem uma voz no meio digital que pode atingir o planeta inteiro.

Já existe legislação para isso que são os crimes de injúria, calúnia e difamação; processos por danos morais; indenização por uso da imagem. Está tudo no Código Penal. Tudo isso já existe. Isso é uma tentativa de tolher de alguma forma a liberdade de expressão - que é garantida pela Constituição - nas redes sociais.

Tanto falam disso que só pode ser isso. Notícia falsa sempre existiu. Eu estou nisso há 70 anos e a gente vê imprensa marrom, falsificação de notícia e jornalista mentiroso. Isso a gente vê em toda parte. Deve ser alguma questão diferente...

Para encerrar

A Câmara dos Deputados aprovou por 263 votos a 144 um atalho para continuar recebendo dinheiro do fundo eleitoral, que é dinheiro dos nossos impostos. Isso é coisa de gente antiquada que não viu o que aconteceu na eleição de outubro de 2018.

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No ano passado, as redes sociais conseguiram ganhar a eleição praticamente sem custo e sem marqueteiro. Não precisa mais de dinheiro para campanha eleitoral. Principalmente do nosso dinheiro, que é um dinheiro suado dos nossos impostos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]