Médicos cubanos retornando para Havana, após a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Os médicos cubanos estão voltando a ser notícia. Alguns deles haviam fugido – a primeira fugitiva dessa leva de médicos que veio ao Brasil, como um produto de exportação da ditadura cubana, pediu abrigo na bancada do Democratas, em Brasília, e depois foi para os Estados Unidos como refugiada política. Quatro desses médicos que chegaram aos EUA contrataram um advogado e estão acionando a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que foi usada pela ditadura cubana – e certamente não o foi de maneira ingênua – para intermediar o Mais Médicos com o governo Dilma, para que não fosse um negócio direto com Cuba, e sim com um órgão da Organização dos Estados Americanos, que fica mais bonito.

Vieram para cá milhares de médicos, desses que são formados em três ou quatro anos lá em Cuba, rapidamente, mais para atuarem como, digamos, médico de família – isso para sermos bondosos, usando um eufemismo. A Opas recebeu do Brasil o equivalente a R$ 7,7 bilhões; ficou com 5% de comissão pela intermediação e o resto foi para o governo de Cuba. Os médicos recebiam apenas 10% e suas famílias ficavam em Cuba para garantir que eles não iam fugir. Isso faz lembrar muito o poema O Navio Negreiro, de Castro Alves, porque havia intermediários, o vendedor de escravos lá na África, o que embarcava os escravos, muita gente ganhava dinheiro.

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Quando Bolsonaro venceu, em 2018, o governo cubano, para não dar vexame, tomou a iniciativa de resgatar seus médicos e chamou-os todos de volta. Muitos ficaram e se submeteram ao Revalida aqui no Brasil. E agora essa questão está na Justiça dos Estados Unidos. O Departamento de Estado norte-americano considera que houve uma espécie de tráfico de pessoas, do qual o governo cubano tirou partido. E o governo brasileiro se prestou a isso sob o argumento de que faltavam médicos; agora, os médicos que estão suprindo essa falta são brasileiros, médicos jovens, formados aqui no Brasil.

Falando nisso, dia 18 vai haver uma comemoração muito grande do Dia do Médico, no plenário da Câmara, em que haverá um apelo para se parar de criar escolas de Medicina. Do contrário, ficaremos como Cuba, produzindo médicos em escala, sem preparo. Isso os médicos mais antigos já constataram e ficam se perguntando quem vai cuidar de nós na velhice. É um problema que precisa ser resolvido.

Votar em branco, anular ou não ir votar é abrir mão do direito de decidir

No dia 2, tivemos 37 milhões de votos brancos, nulos e abstenções. Acho que muita gente não foi votar – os bolsonaristas, porque viram aquele oceano de gente nas ruas e pensaram que não precisavam sair de casa e pegar fila porque Bolsonaro já ganharia no primeiro turno; e os petistas, porque olharam as pesquisas de opinião e acharam que Lula já garantia a vitória no primeiro turno, então também não precisavam ir votar.

Voto em branco ou nulo é uma alienação, uma autoalienação. É o cidadão renegar o seu direito e a sua obrigação de participar na formação do futuro do país. É pior que Pilatos, que estava ocupando um país alheio, era um governador romano na Palestina, na terra dos judeus. Nós não: estamos na nossa terra, no nosso Brasil. Então, é preciso que cada um saiba da sua responsabilidade para com seu próprio futuro, o futuro de seus filhos, netos, bisnetos, porque um governo desastroso por quatro anos deixa sequelas por décadas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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