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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

PEC em pauta

Não esperem muito da Câmara quando se trata do adiamento das eleições

Câmara dos Deputados em sessão remota durante a pandemia de coronavírus
Câmara dos Deputados em sessão remota durante a pandemia de coronavírus (Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados)

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Você deve se lembrar dos contratos de compras de respiradores para o estado do Pará por R$ 50 milhões, feitos pelo governador Helder Barbalho e o secretário de Saúde Alberto Beltrame.

Na quarta-feira (24) de manhã foi expedido um mandado de busca e apreensão para o apartamento de Beltrame, em Porto Alegre. Segundo a Polícia, foram encontrados quadros no valor de R$ 50 milhões. Ele disse que as obras são o resultado de 35 anos de trabalho.

O secretário tem paredes cheias de quadros, a maioria já estava na parede há algum tempo. Eu não sei qual é a participação dele nesse episódio, mas devo cumprimentá-lo pelo bom gosto. Todas as obras são brasileiras e das melhores.

Adiamento das eleições na Câmara

Não esperem muito da Câmara quando se trata do adiamento das eleições. O Senado aprovou por 67 votos, uma boa margem, para o dia 15 de novembro. Mas, na Câmara, são necessários 308 votos dos 513 deputados.

É preciso de dois terços dos parlamentares porque é uma mudança na Constituição. Vai ser difícil mudar a data. Inclusive, o argumento é o seguinte: por que adiar as eleições se há aglomeração na fila da Caixa Econômica para sacar os R$ 600, nos ônibus e metrôs e manifestações?

Além disso, vai ficar difícil fazer a apuração das tradicionais queixas de quem sai derrotado, porque é preciso analisar o pedido na Justiça, preparar a posse e a diplomação. Será que vai dar tempo? Eu acho que não vão conseguir alterar, não. Essa história de adiar em 40 dias está difícil.

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Os perdedores contra Bolsonaro

Por sete a zero, o Tribunal Superior Eleitoral mandou arquivar uma queixa de perdedores – nesse caso, PT, PCdoB e Pros – contra a chapa Bolsonaro-Mourão. O argumento era fraco novamente, já que não tem argumentação sobre abuso do poder econômico.

A alegação era de que Bolsonaro teria colocado outdoors a favor da campanha dele em 33 municípios diferentes, o que é irregular. Mas o colegiado entendeu que essa publicidade foi paga por seguidores do então candidato.

Ainda tem mais um pedido de impeachment no TSE. É absurdo que um ano e meio depois da posse de presidente e vice ainda estão discutindo se a chapa é válida. A Justiça Eleitoral tem que ser mais ágil nesses casos.

Quem vai desistir de investir no Brasil?

Sobre o grupo de investidores que estão ameaçando não investir no Brasil enquanto o país não proteger os indígenas e as florestas. Esses banqueiros querem convencer quem dizendo que amam o Brasil e que o dinheiro aplicado é caridade?

Segundo dados da Embrapa, 30% da área é usada em lavouras, pastagens plantadas ou nativas; 66% é conservada integralmente; as demarcações indígenas abrangem 14% do território.

A lavoura não tem nem 8% do território nacional e os indígenas tem 14%. Que o digam os produtores do Mato Grosso do Sul, coitados, que toda hora são prejudicados seriamente com perdas de terras por conta dos povos nativos.

Eu pergunto, algum outro país do mundo tem tantas terras protegidas como o Brasil? A área de proteção brasileira é igual a soma dos territórios da Itália, França, Espanha e da Alemanha.

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