As coisas não andam bem no MDB. A ala do partido no Nordeste parece que está querendo ficar com Lula, tanto que participou de um jantar com o petista, em Brasília, há cerca de um mês. Mas o pessoal de São Paulo não está querendo. Eles acham que a candidatura da senadora Simome Tebet não vai crescer e acham que o futuro é aderir a Jair Bolsonaro.
Tanto é verdade que já está havendo uma movimentação para evitar que o MDB apoie Bolsonaro, mas não tem jeito, é a força da gravidade, é como os rios desaguam no mar. Quando tentam para barrar uma adesão como essa é porque já estão meio no desespero.
O União Brasil também está pensando em ir para os braços de Bolsonaro. É o segundo ou terceiro maior partido. Aí vai desaguar mesmo, como um estuário.
Dinheiro do fundo
O presidente Bolsonaro está com o PL, que cresceu muito por causa dele. Hoje o partido terá o maior horário de televisão para tentar reeleger uma pessoa que não tinha horário nenhum em 2018. Tinha só alguns segundos e nenhum dinheiro.
Agora, vai ter dinheiro e ninguém pode culpar o presidente porque ele vetou aquele fundo eleitoral, mas o Supremo Tribunal Federal derrubou o veto. Então não é por causa dele que vai ter todo esse dinheirão para fazer campanha.
Motociata
O PDT entrou no Supremo com uma queixa de que a associação que organizou a motociata em Campinas cobrava para o motociclista chegar perto de Bolsonaro. E diz que isso é caixa 2, o que deixa essa história até risível, se é que alguém acredita. O caso está nas mãos de Alexandre de Moraes.
Daniela Mercury
Uma notícia que estourou nesta quarta-feira (4) surpreendeu muita gente. A cantora Daniela Mercury, que se apresentou no "showmício" de Lula no 1º de maio, disse que estava lá de coração, mas se descobriu que ela vai receber R$ 100 mil em dinheiro público da prefeitura de São Paulo pelo show.
E não por culpa do prefeito, mas de vereadores do PT que apresentaram uma emenda para destinar recursos ao evento das forças sindicais. Agora, certamente esse caso vai parar na Justiça Eleitoral. Uma por pagar um showmício eleitoral com dinheiro público e outra por fazer um showmício fora de época.
Lira "imperador"
Lula agora está brigando com os deputados federais de novo. Ele disse que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer ser imperador do Japão. Está todo mundo querendo saber o que ele quis dizer com isso. E Lula também conseguiu ser capa da Time, só que o povo brasileiro, de modo geral, não lê a revista e não fica sabendo desse grande prestígio internacional que o ex-presidente tem.
Multa em Daniel Silveira
Mas o que me chama atenção aqui em Brasília é a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, parece que de teimosia, porque ele está rasgando um princípio básico do Direito, que é: a lei não retroage contra o réu, só a favor dele.
Moraes está multando um réu indultado e mandando botar tornozeleira eletrônica em quem não tem mais nada. O decreto de 21 de abril entrou em vigor naquele dia assim que foi publicado no Diário Oficial. E perdoa inclusive as multas.
Mas o ministro está multando Daniel Silveira (PTB-RJ) em R$ 405 mil pelo período que o deputado infringiu as regras da tornozeleira, que nem poderia ter. Porque no caso dele, a tornozeleira equivale à prisão preventiva. Ele é acusado, segundo alguns jornais, de estimular atos antidemocráticos, mas nenhum jornal explica quais foram esses estímulos.
Houve invasão do Supremo? Não. Foi a facada do Adélio ou a queima de postos de pedágio? Não também. Aquele tratoraço em Laranjais? A quebra de vidraça do Congresso? Nada disso. Mas qual foi o ato antidemocrático que ele estimulou então? Não existiu.