A maior e mais importante comissão da Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça, está chamando, a convite, o ministro Paulo Pimenta para explicar por que ele levou à Polícia Federal o que ele chama de “fake news” sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, e o que ele acha que são fake news. Seria uma convocação, quando o ministro é obrigado a ir, mas virou convite, graças a um acordo com o pessoal do PT. Ele deve ir no dia 11 ou dia 12 de junho, pode escolher a data.
Os deputados querem perguntar se o ministro não está confundindo crítica com fake news, vão perguntar quem é que decide o que são fake news. Houve boatos, sim; chamam de fake news só para dizer que isso é coisa de rede social, mas a notícia mentirosa existe desde que existe a imprensa. E um dos casos mais notórios de fake news envolveu elementos do Exército, que já está punindo os que fizeram isso. Não sei se foram os militares que inventaram, mas foram eles que passaram adiante a informação de que um dique havia rompido lá no bairro Mathias Velho, em Canoas, e isso causou um certo pânico.
WhatsApp: entre no grupo e receba as colunas do Alexandre Garcia
Jovens sem perspectiva
Está cada vez mais assustador a situação dos jovens. Do início do ano passado até agora, aumentou em 35% o número de jovens que não estudam nem estão procurando trabalho, os “nem-nem”. Segundo um levantamento do Ministério do Trabalho, são 5,4 milhões de jovens, entre os 34 milhões de brasileiros dos 14 aos 24 anos. Diz a estatística que 60% são mulheres que ou casaram ou estão cuidando de filho recém-nascido. Ainda assim, é muita gente que não está se preparando para o futuro, não está se qualificando para ter um bom emprego e um bom salário, exercer uma boa atividade rentável. Estão vivendo à custa de alguém, porque não cai mais maná do céu há um bocado de tempo; alguém deve pagar a roupa, a diversão deles.
Desses 34 milhões de jovens, 14 milhões estão sem trabalhar, 10 milhões estão trabalhando ou estudando, e cerca de 6 milhões estão procurando emprego. Mas está difícil, a situação econômica não está boa. Agora mesmo a Gerdau fechou uma siderúrgica em Minas Gerais, e foram 487 demitidos, indenizados. A empresa não teve como concorrer com o aço da China. E a nova presidente da Petrobras está dizendo que o preço dos combustíveis vai continuar “brasileiro”, mas está ficando defasado. Terá de haver reajuste de combustível, que vai puxar tudo para cima, vai deixar tudo ainda mais difícil.
Petrobras vai ser novamente prejudicada com o desmonte da Lava Jato?
Falando em Petrobras, a empresa, perplexa, foi ao Supremo perguntar como é que fica sua situação. Marcelo Odebrecht foi descondenado pelo ministro Toffoli, já tinha sido dispensado de pagar multa, assim como o pessoal da J&F. O Estadão, em editorial, disse que é estranho que Toffoli não tenha se declarado impedido de tratar de assuntos envolvendo a Odebrecht, mas isso nem é novidade: ele era advogado de Lula e participou de julgamentos envolvendo Lula. Mas Toffoli vai ter de explicar por que anulou as condenações, mas não a colaboração premiada. E a Petrobras, que tem interesses envolvidos aí, está pagando caro por tudo que fizeram com ela, tudo que a Lava Jato apurou. A Petrobras foi criminosamente usada e agora seu departamento jurídico quer saber se o Ministério Público pode reabir investigações com base na colaboração premiada de Marcelo Odebrecht.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS