Celso Amorim (em imagem de arquivo), assessor de assuntos internacionais do Brasil, viajou à Venezuela para fazer observação na eleição presidencial de domingo (28)| Foto: EFE/Mauricio Dueñas Castañeda
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Eu decidi, quando saiu aquele quadro nojento sobre a Santa Ceia na Olimpíada, que não iria falar em Olimpíada, mas não há como não lembrar mais um fiasco. Numa luta de boxe, a Olimpíada admite que atletas com "padrão cromossomal masculino" lute contra uma mulher. Em 46 segundos, a atleta italiana desistiu. Não há como comparar a força masculina com a força de uma mulher. Eu acho que se fosse aqui no Brasil, seria caso de aplicar a lei da Maria da Penha, de violência contra a mulher.

Neutralidade?

Até mesmo dentro do próprio governo brasileiro há políticos que não concordam com a fraude eleitoral evidente ocorrida na Venezuela. Marina Silva, por exemplo, diz que não há democracia na Venezuela. O diretor da Apex, ex-chanceler, Aluísio Nunes, diz que o processo está todo viciado, não só a votação de domingo, mas sim o processo inteiro.

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E aí tem países do continente, como o Chile - do esquerdista Boric - o Uruguai, o Paraguai, a Argentina, os Estados Unidos, obviamente, se juntaram para levar isso para a Organização dos Estados Americanos. Só que o Brasil torpedeou. E um embaixador me contou que quem está fazendo isso é o Celso Amorim, que é o verdadeiro comandante da política externa brasileira. Está querendo fazer uma cisão, impede que a OEA tome uma decisão. Impediu.

A OEA tem 34 países. Para tomar uma decisão precisa de metade mais um, ou seja, 17 mais 1, 18. Aí fizeram votação, deu 17. Faltou voto do Brasil. O Brasil impediu uma decisão da OEA sobre respeito aos direitos humanos, porque milícias bolivarianas, polícia bolivariana, estão matando gente, espancando gente, prendendo eleitores pelo simples fato de reclamarem que o resultado não é esse, não é 51% para o Maduro, mas 66%, como foi uma apuração paralela, para o embaixador Edmundo. E o Maduro fica enrolando. Não apresenta nada. O centro Carter, que foi convidado pelo próprio Maduro e por todos os signatários do acordo de Barbados, diz que não é possível confirmar, corroborar, verificar esse resultado oficial anunciado. A gente já viu aqui o PSDB reclamando na eleição de Dilma e Aécio, que tentaram auditar e disseram que não conseguiam. Então, temos um caso aí, e o governo brasileiro fingindo neutralidade, impede, ou seja, toma partido a favor de Maduro, fingindo neutralidade.

Não tem neutralidade. O governo brasileiro, quando manda o vice-presidente da República para um encontro como foi esse lá no Irã, com Hezbollah, com Hamas, com Houthi, com jihad islâmica, tem lado. Então, não adianta ficar tapeando só porque tem eleição municipal nesse ano. O PT embarcou direto, já estava embarcado na canoa furada do Maduro. Agora, Lula está confirmando isso, nessa mesma canoa furada.

Economistas preocupados

Eu tenho amigos que têm fundamentos econômicos na Fundação Getúlio Vargas e estão muito preocupados com as contas brasileiras da economia. Aumenta a arrecadação, mas não adianta nada, porque aumentam os gastos. A arrecadação aumenta para poder aumentar os gastos. Quando seria mais simples cortar os gastos, porque um governo que gaste pouco fica mais ágil para prestar serviços públicos. Não há outra razão para existir governo. E tem que prestar bons serviços públicos, por que cobra muito. E aí outro sinal é o dólar ontem, que fechou a gigantescos R$ 5,73. Esse é um carimbo de que alguma coisa vai mal.