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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Senado

Com mutirão de sabatinas, Pacheco marca data para passar por cima de Alcolumbre

Presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) vem travando a sabatina do ex-ministro André Mendonça ao STF
Presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) vem travando a sabatina do ex-ministro André Mendonça ao STF (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A situação está feia para o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado. Aliás, para o próprio Senado também, que tem uma lista de indicações para agências reguladoras, embaixadas, conselhos e tribunais superiores à espera de votação e até agora nada. Acho que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ouviu as reclamações.

Apesar de culpar a pandemia pela demora, porque a votação dessas indicações precisa ocorrer de forma presencial, Pacheco decidiu assumir suas responsabilidades e anunciou um "esforço concentrado" entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro. Fez um apelo para o comparecimento dos senadores para que se faça de uma vez as sabatinas e votações que estão pendentes. Foi um aviso a Alcolumbre, que trava há vários meses por pura birra a sabatina do ex-ministro André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal.

A Comissão de Constituição de Justiça está parada há 35 dias por causa de Alcolumbre, que no papel é o presidente desse colegiado. E, antes disso, a última reunião ainda foi presidida pelo vice, senador Antonio Anastasia (PSD-MG), porque Alcolumbre estava presente na Casa — pelo menos estava registrada a sua presença —, mas ele não apareceu na comissão.

E não é só o André Mendonça e o Supremo que estão esperando pela CCJ do Senado. O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público, embaixadas e agências reguladoras também. Tudo por causa de um senador: David Alcolumbre.

Por isso estão havendo protestos, com vários senadores se manifestando, alguns pedindo a destituição dele da presidência da comissão, que é a mais importante da Casa. A CCJ está perdendo em número de reuniões para a comissão de economia, por exemplo. A CCJ é a comissão de entrada e de sabatinas no Senado.

Se Pacheco passar por cima dele e levar direto ao plenário a indicação de Mendonça, só cabe a Alcolumbre renunciar ao cargo depois dessa humilhação.

Aliás, tem gente achando que é melhor ele renunciar mesmo depois dessa história de "rachadão", que não deixa de ser uma rachadinha. Imagina aquelas seis senhoras do Distrito Federal que tinham salários de até R$ 14 mil por mês, segundo o depoimento delas, mas não recebiam, o valor só estava no contracheque. Elas ficaram com no máximo R$ 1.100 — a diferença é muito grande —, durante 63 meses. Dá uns R$ 3 milhões e pouco isso aí.

Por isso estão aconselhando ele: "olha, você pode ser cassado e ficar inelegível por oito anos. Se quiser continuar, renuncie ao mandato e se candidate ano que vem, para a Câmara talvez". De qualquer maneira, a cadeira de senador fica na família, porque o suplente de Alcolumbre é o irmão dele. Não é o segundo em votação, é o irmão dele que não teve nenhum voto.

Podemos marca ato de filiação de Moro

O Podemos anunciou que no dia 10 de novembro vai fazer um grande evento no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, para receber o ex-juiz Sergio Moro. A esperança do partido é que ele seja o catalisador da chamada terceira via. Eu duvido, porque a última pesquisa, essa do Brasil Marketing, com 4.600 pessoas, de voto espontâneo (quando a própria pessoa precisa citar um nome de sua preferência), mostrou Ciro Gomes em terceiro, com 3%. O Moro tem 1,1%.

Se bem que com 1,1%, ele tem mais que o João Doria (PSDB), que o Eduardo Leite (PSDB), que a Simone Tebet (MDB), que estavam lá citados no espontâneo. Já Bolsonaro deu 32,6% e Lula, 15,7%. Mas ainda está longe da eleição.

União Brasil é Bolsonaro

Sobre o União Brasil, o novo partido resultado da fusão PSL e DEM e que é muito grande em termos de Congresso e prefeitos. Dos 88 parlamentares da nova legenda ouvidos pelo Estadão, 56 estão dispostos a apoiar Bolsonaro. Só cinco dizem que não.

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