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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Relação entre poderes

Congresso eleito é de direita; pense em quem terá mais apoio se for eleito

Congresso conservador
As duas casas do Congresso terão mais parlamentares conservadores na próxima legislatura. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Vocês já pensaram sobre as consequências da eleição do dia 2 de outubro e a relação entre o primeiro e o último domingo do mês? Vejam só: na Câmara dos Deputados, 73% dos parlamentares eleitos este ano são de direita. Em número de deputados, a direita e a centro-direita terão, a partir do ano que vem, 374 representantes entre os 513 parlamentares. Já a esquerda e a centro-esquerda terão 132. No Senado Federal, 67% dos parlamentares serão de direita ou centro-direita. Entre 81 senadores, 54 serão da direita e 27 da esquerda.

Traduzindo: a chance de aprovar propostas de cunho direitista na Câmara e no Senado é grande. No Senado, com 60% dos votos é possível até mudar a Constituição, decidir julgar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atender pedidos do presidente. Isso tem a ver com a eleição do próximo dia 30. Para um dos candidatos, se eleito, vai ser fácil aprovar projetos no Congresso Nacional; para o outro, vai ser difícil. Isso é uma coisa que tem de ser considerada.

Empresas não precisam mais ceder vacinas ao SUS

O Senado aprovou uma medida provisória que retira das empresas que comprarem vacinas contra a Covid-19 a obrigatoriedade de ceder parte dos lotes para o Sistema Único de Saúde (SUS). Foi uma lei feita naqueles tempos de maluquice, de desespero, de muito preconceito, mentira no ar, propaganda, marketing político misturado com pandemia.

VEJA TAMBÉM:

Trabalhadores que recusaram vacina terão de ser readmitidos nos EUA

Ainda na terça-feira, dia 25, em Nova York, a Suprema Corte daquele estado decidiu que funcionários municipais que se recusaram a tomar a vacina contra a Covid-19 terão de ser readmitidos e receber tudo o que a prefeitura lhes deve desde aquela demissão. Segundo a corte, a injeção não impede a transmissão do vírus, então foi desnecessária e inútil a punição aos funcionários. Está começando a aparecer tudo aquilo que foi dogma naquele período.

Autoconcessão de superpoderes no TSE

Qualquer estudante de Direito vai achar essa situação estranha. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez uma resolução atribuindo a si próprio mais poderes – o poder de polícia, inclusive. Foi algo criticado pelo New York Times e pelo Wall Street Journal, embora não tenha aparecido na maioria dos jornais do Brasil. O procurador-geral da República, Augusto Aras, apontou vários itens da Constituição que são desrespeitados por essa resolução e a questão foi levada ao Supremo Tribunal Federal. E lá os três ministros do STF que também são do TSE (Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes) votaram a favor deles mesmos. Ou seja, eles fizeram a resolução no TSE, depois foram para o Supremo e votaram a favor da resolução. Jovens estudantes de Direito, já viram isso?

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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