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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Câmara

Oposição quer CPIs do “arrozão” e da milícia digital petista

Fachada de mercearia de Macapá que venceu leilão milionário para compra de arroz pela Conab. (Foto: Reprodução / Google Maps)

A Câmara dos Deputados está se movimentando para criar comissões parlamentares de inquérito. Uma é a do “arrozão”, como estão chamando o leilão de 200 mil toneladas de arroz, vencido por uma quitanda de Macapá e uma sorveteria. Um dinheirão em jogo, em uma importação desnecessária. A CPI serviria para saber o que há por trás disso. Por enquanto, pegaram o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura como bode expiatório. E ele disse que havia um parecer contrário dos técnicos do Ministério da Agricultura, que não precisava importar arroz. Mas o presidente queria interferir no mercado. Toda CPI na Câmara precisa de 171 assinaturas, e essa está chegando perto.

A oposição ainda quer outra CPI, sobre a milícia digital do PT apoiada pelo governo. Quem acompanhou uma série de reportagens do Estadão sabe do que se trata. Já mencionei aqui um dos fabricantes de notícias falsas, apoiador do governo, que publica os maiores absurdos. Acho que quando há notícia falsa é sempre o atingido que tem de tomar a iniciativa, pode recorrer ao Código Penal. E os demais, por favor, não sejam ingênuos, desconfiem. Apareceu uma história do “arroz de plástico da China”, houve gente que acreditou naquilo e repassou para mim. Pelo amor de Deus! Quem acredita nisso cai fácil em conto do vigário.

Falando em milícias digitais, a senadora Damares Alves cometeu uma distração ou uma ingenuidade. Ela fez um ofício para o ministro Alexandre de Moraes, pedindo para incluir no inquérito das “milícias digitais” esse produtor de notícias falsas que apareceu no Estadão e que apoia o governo. Mas com isso ela está assinando embaixo, endossando, avalizando, passando um crédito para esses “inquéritos do fim do mundo”, que são ilegais desde o princípio, desde a origem, em que ministro do Supremo é investigador, vítima, delegado de polícia, promotor, julgador, executor, é tudo. E inquérito contra gente que nem devia estar no Supremo. Então acho que ela errou, e com esse pedido passou a impressão de que o inquérito é legal.

Câmara corre para aprovar PEC das Drogas antes que o STF libere tudo

O Senado já havia aprovado o projeto de emenda constitucional que vai considerar crime a guarda e o transporte de qualquer quantidade de droga, inclusive para evitar que o Supremo libere a droga do pequeno consumidor, que também vai ser o pequeno traficante, um minivarejista. Só falta um voto para o Supremo decidir a descriminalização, então a Câmara está correndo. Nesta quarta, a PEC passou pela Comissão de Constituição e Justiça por 47 votos a 17. Agora, vai passar por outra comissão, e em seguida vai para o plenário.

Operação da PF só reforça o erro do financiamento de partidos com imposto do brasileiro

Tenho falado aqui toda hora: quem sustenta partido político não tem de ser o pagador de impostos. Por que eu vou pagar imposto para sustentar partido do qual eu não gosto? Quem banca partido político tem de ser o filiado. Filie-se ao partido, pague a mensalidade e sustente o partido. Assim que tem de ser. Mas existe o Fundo Partidário e o fundo eleitoral, com bilhões dos nossos impostos, do nosso trabalho e do nosso suor. Digo isso porque a Polícia Federal está atrás de um ex-presidente do Pros e atual presidente do Solidariedade, Eurípides Gomes Júnior. Ele estava com passagem comprada para embarcar em um voo, a PF foi esperá-lo e ele não foi, deixou o avião decolar. Perdeu o voo e ainda está livre. Não conseguem pegá-lo, apesar de haver ordem de prisão contra ele – a operação toda inclui 45 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão, por desvio de R$ 36 milhões dos nossos impostos que foram para esses fundos e acabaram usados para mil coisas.

Esquerda não está nem aí para a segurança do cidadão do Rio

O Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro está claramente contra a polícia, quer paralisá-la. Queixou-se no Supremo, e a queixa fez com que o ministro Edson Fachin determinasse que o governador – que é o chefe da polícia, é a autoridade máxima de segurança pública do estado – desse satisfações sobre uma operação na Maré, em que, aliás, um PM foi morto. O noticiário normal chamou de “agente”, mas quem tem agente é a Polícia Civil; a PM tem soldados, cabos, sargentos, oficiais. Pobre jornalismo.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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