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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Relatório final

CPI imputa crimes aos outros sem olhar para o próprio umbigo

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), fez ontem a leitura dinâmica do seu parecer final
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), fez ontem a leitura dinâmica do seu parecer final (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad)

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez nesta quarta-feira (20) a leitura das mais de mil páginas do relatório final da "CPI do espanto", ou melhor, da "CPI da ficção". Espanto porque o próprio relator que imputa crimes a outras pessoas é investigado e processado no Supremo Tribunal Federal. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), é outro que também é investigado. A mulher e os três irmãos dele chegaram a ser presos acusados de desvio na área da saúde de R$ 100 milhões na época em que Aziz foi governador do Amazonas.

A CPI da ficção, que não investigou o que realmente aconteceu, termina sem apurar nada sobre crimes ligados à pandemia. Agora está aí um relatório que inclusive será alvo de processo. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), vai processar Renan Calheiros e enquadrá-lo por abuso de autoridade, e sobretudo, por denunciação caluniosa.

O artigo 339 do Código Penal, que trata dos crimes contra a administração da justiça, diz que é crime "acionar indevidamente ou movimentar irregularmente a máquina estatal de persecução penal, fazendo surgir contra alguém um inquérito ou processo imerecido". Todo mundo sabe que calúnia é atribuir um crime a alguém que não tem nada a ver. Dá de 2 a 8 anos e multa.

Por isso, os senadores que estavam fora do grupo dos 7 fizeram uma carta de repúdio. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que foi o autor do requerimento para criação da CPI com mais assinaturas, 45 no total, queria investigar realmente o que aconteceu na pandemia. Mas só investigaram o que previa o outro requerimento, com um total de 30 assinaturas, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que acabou vice-presidente da CPI.

Nesta quarta, Girão disse que a CPI foi covarde, que não investigou estados e municípios, e que em 67 sessões ignorou um símbolo nacional da corrupção da pandemia, que foi o Consórcio do Nordeste.

Campanha de apoio ao circo

O governo federal lançou uma campanha de apoio nacional ao circo chamada "Respeitável Circo". Objetivo é orientar palhaços, trapezistas, malabaristas, mágicos e artistas em geral sobre assistência social, saúde e educação pública, além de ajudar na instalação do circo nos municípios.

A campanha criou um selo chamado "Município Amigo do Circo", que vai premiar a cidade que facilitar a vida da trupe circense, recebendo um prêmio no Dia do Circo. Tudo isso inserido na cultura. São cerca de 2 mil circos no Brasil, sendo 1,9 mil pequenos circos familiares.

A voz do povo é a voz de Deus

E enquanto a CPI gritava em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro andava pelo Nordeste, saudado por multidões no Ceará e depois no Rio Grande do Norte. No Ceará foi no Vale do Jaguaribe, em Russas, para lançar o Ramal do Salgado. Ele estava fazendo um discurso dizendo que não conseguia se afastar das pessoas, quando o povo começou a gritar "Renan, vagabundo". Bolsonaro afirmou: "a voz do povo é a voz de Deus".

Depois o presidente fez uma chegada de surpresa em Baraúna (RN), onde teve a mesma recepção. Já nesta quinta-feira (21), estará em Sertânia (PE), para abrir um novo ramal de água que vai irrigar 68 municípios da região.

Por fim, o Auxílio Brasil

O ministro da Cidadania, João Roma, entrou em detalhes sobre o Auxílio Brasil, que não vai ficar abaixo de R$ 400. O programa vai substituir o Bolsa Família para 17 milhões de famílias pobres a partir do mês que vem.

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