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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

CPMI do 8 de janeiro: um relatório previsível e longe da realidade

(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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Hoje a CPMI deve votar o relatório da relatora que foi divulgado ontem. Ela está propondo o indiciamento de 61 pessoas, principalmente aquelas as quais já tinha decidido que seriam indiciadas desde o primeiro dia. Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, os generais que acompanham Bolsonaro, inclusive o comandante do exército, comandante da Marinha, general Heleno, general Braga Neto, general Ramos, o ajudante de ordens, Mauro Cid. Ela pôs o nome do governador de Brasília, mas não pode. Quem pode fazer uma CPI investigando o governador de Brasília é o legislativo do Distrito Federal, não o legislativo federal. Mas, enfim, são 61. Não há surpresa. 

Tem um relatório paralelo dos senadores Izalci Lucas, do Distrito Federal, que sugere o indiciamento também do general-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Gonçalves Dias e do ministro da Justiça, Flávio Dino. Falando em Flávio Dino, ele ontem suspendeu a ação da Força Nacional lá na Vila Renascer, em São Félix do Xingu, que já provocou a morte de um produtor rural. Felizmente vai dar tempo para se pensar em como tirar produtores rurais com uma ampla produção de agricultura familiar, como mostraram ontem numa feira, no Dia da Agricultura, e que lá estão há 30 anos assentados pelo Incra, dentro de uma reserva indígena. O que fazer? Precisa solucionar isso. 

ONU e o Hamas

A ONU, então, examinando a proposta do Brasil, lembra muito Garrincha, quando recebeu ordens do técnico sobre que ele deveria fazer com seus companheiros para invadir a área russa. O Garrincha perguntou, "mas já avisaram os russos?". Aí a ONU está dizendo que o Hamas tem que entregar imediatamente, e de forma incondicional, os reféns civis, que devem receber tratamento de direito internacional. Será que já perguntaram ao Hamas? O Hamas tem esses reféns como troféu de guerra e como defesa. É uma trincheira, é uma barreira que o Hamas quer usar. Jamais o Hamas vai atender a ONU. Aliás, o terrorismo nunca deu bola para a ONU. Aliás, a gente se pergunta qual é a força que a ONU tem com toda essa burocracia. Será que a ONU não sabe que o terror só ouve a linguagem da força? Imagina alguém que toca fogo em soldado, que decapita bebê, que mata civis indefesos, que já estão no chão, encolhidos. Vão fazer o quê? Vão atender a ONU e devolver os quase 200 reféns? E Lula está pedindo ao Irã. O Irã, aquele com o qual Lula incomodou os Estados Unidos, deixando duas belonaves do Irã ficarem no Rio de Janeiro. E o Irã e a Turquia, para fazer cessar fogo, é tudo que o Hamas deseja. Também é muito ingênuo. O Hamas vai lá, ataca Israel, aplica selvageria contra Israel, e na hora que Israel vai reagir diz "não, cessar fogo". 

É incrível, é quase inacreditável que a gente tenha proposto uma coisa dessas. Mas, enfim, são as coisas do mundo de hoje em que há muita propaganda. A primeira vítima numa guerra é a verdade. E as pessoas, as autoridades continuam agindo como se fôssemos todos uns jumentos sem cérebro

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