Você acreditaria se eu dissesse que a gente está ganhando em números de mortes no Brasil? Pois estamos. Com essa história de quarentena, os acidentes de trânsito despencaram, assim como os homicídios.
As mortes por coronavírus até domingo (29) eram 114 em um mês. Essa é a quantidade de mortos no trânsito em um dia. Então, de certa forma, estamos tendo lucro.
Com todos trabalhando em casa, há menos fluxo no trânsito e menos oportunidade de haver um acidente com morte. Talvez saiamos dessa aprendendo que muitas atividades podem ser feitas em casa com maior produtividade e rapidez.
Outro fator importante é que as pessoas não estão indo para o bar e enchendo a cara de álcool e, por isso, não estão brigando até a morte. É bom pensarmos nisso.
Agentes de saúde
Nós precisamos pensar na proteção dos agentes de saúde. Estamos muito mal protegidos. Os médicos da Coreia do Sul, por exemplo, estão vestidos como se fossem astronautas, e os nossos médicos só usam luvas e máscara.
Aqui em Brasília, um médico já foi parar na UTI por conta do coronavírus; ele já teve alta. Além do vírus, ele também era obeso.
Agora, pense nos enfermeiros e no pessoal da zeladoria. Como eles fazem ao chegar em casa? Antes de entrar, passam por um chuveiro desinfetante? Deveriam encontrar uma forma de alojar essas pessoas para que elas não tenham que voltar para casa e infectar os familiares.
Carreatas
Em muitas cidades do Brasil, houve carreatas pedindo a volta do trabalho e o fim da quarentena. O presidente Bolsonaro foi para Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho para conversar com as pessoas.
As pessoas com quem Bolsonaro conversou eram autônomos e estavam na rua para tentar vender mercadoria. Eles precisam trabalhar para poder comer no dia seguinte.
O presidente nunca ouviu tanto a conjugação do verbo trabalhar. Existem pessoas querendo voltar ao trabalho. É preciso que elas trabalhem, mas com muito cuidado.
'Gripezinha' em Brasília
A primeira morte de Covid-19 em Brasília foi a da secretária do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CNSS). Além do coronavírus, ela tinha obesidade mórbida, diabetes, hipertensão não tratada e era fumante. Veio a 'gripezinha' e a derrubou.
Quase todos os casos são de pessoas que já têm alguma doença prévia, e são elas que precisam ser altamente protegidas. O vírus não vai parar até não infectar todo mundo.
Cuidados são necessários, mas também é preciso tomar providências para que a economia não pare. A China não vai indenizar nenhum país por ter espalhado esse vírus para o mundo inteiro.
A minha família tem uma loja, no Rio Grande do Sul, que vende bolos. Eles não pararam a produção, estão entregando bolo em casa ou para os carros que param na frente da loja.
Eu vejo que as lojas estão funcionando com entregadores. Aliás, os entregadores estão trabalhando e nós estamos em casa na boa, dependendo deles. Você acha que eles estão protegidos? E nós não podemos nos proteger?
É um desafio para todos nós essa situação, mas tem gente criando soluções para continuar trabalhando. Eu tenho certeza que nós vamos encontrar o caminho e vamos vencer.
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