A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que obriga o uso da máscara no Brasil inteiro. Eu não entendi bem isso, ainda bem que vai para o Senado ainda. Somos 220 milhões de brasileiros e vamos ter que usar várias máscaras por dia.
A multa para quem não usar, segundo o texto, é de R$ 300. Isso é 50% do coronavoucher, o auxílio que se dá para quem está sem renda, mas se elas estiverem sem máscara já é menos 50% do valor. Os outros R$ 300 vão sobrar para comprar máscara [nota do editor: um destaque ao projeto aprovado pelos deputados confere a estados e municípios a definição do valor da multa que pode, portanto, variar para mais ou para menos].
Fizeram algumas ressalvas. Uma delas é: a população vulnerável que estiver sem máscara porque o Estado não forneceu não será multada. Isso é muito subjetivo. O projeto é uma maluquice.
Outra ressalva é: qualquer pessoa com algum tipo de deficiência não é obrigada a usar máscara como se o coronavírus distinguisse essas pessoas. A máscara será obrigatória em todos os estabelecimentos que recebem público.
Eu vi um sujeito correndo em uma estrada deserta de máscara. Qual era o estado do ar que essa pessoa estava respirando? A máscara devia estar toda úmida e grudenta. É preciso ter um mínimo de razoabilidade.
A máscara deveria ser necessária somente se você estiver em grupo ou recebendo alguma pessoa. É entendível se você estiver entrando em um ônibus ou trem, mas sozinho durante todo o dia não. É muita máscara e eu não sei se terá número suficiente.
Vírus afeta a língua portuguesa
O presidente da Anvisa, na sexta-feira (15), testou positivo para coronavírus. Na notícia que eu vi tinha essa informação e logo depois dizia que ele esteve com Bolsonaro em uma manifestação.
Estão tentando dizer que o presidente pode ter contraído a doença quando reportam isso. No entanto, os sintomas da Covid-19 demoram no máximo 15 dias para se manifestar, não tem como em 60 dias o presidente não saber que está com a doença.
Eu não sabia que o vírus afetava a língua portuguesa, porque o presidente da Anvisa fez um vídeo para justificar a ausência dele em um depoimento na Câmara sobre o combate ao coronavírus e usou duas vezes a palavra “protocolizados” ao invés de protocolados.
Eu vi outra notícia dizendo: “veja o que abre e o que fecha no feriadão em São Paulo”. Eu digo para vocês que nada abre e nada fecha porque o que fechou, fechou um dia antes. A notícia devia ser “o que não abre” ou “veja o que abre”.
Feriadão da Covid-19
A Prefeitura e a Câmara de Vereadores estão fazendo milagres em São Paulo. Nem o papa Gregório, que fez o calendário, conseguiria isso. A cidade vai antecipar alguns feriados para aumentar o índice de isolamento social. Nas últimas 24 horas foram 324 mortes.
O feriadão será entre os dias 20 e 24 de maio. A antecipação foi do Corpus Christi, 11 de junho; e o da Consciência Negra, 20 de novembro. Para completar o governador quer tentar antecipar o dia 9 de julho, quando se comemora a Revolução Constitucionalista de 1932, a data máxima de São Paulo, para a segunda-feira próxima, dia 25 de maio.
Agora a Covid-19 se tornou séria. O Brasil está fazendo de tudo. É hora de os governadores cederem mais aos prefeitos, porque há municípios que não têm casos e podem voltar a ter atividade econômica, mas usando máscara.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS