| Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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Como se não bastasse, no último domingo (22) foi publicada, no boletim Focus do Banco Central, a previsão de que a inflação vai piorar, além do tamanho dos juros e do tamanho da dívida pública.

A inflação já está além do teto da meta. O governo continua gastando - e muito. Há um desequilíbrio fiscal. Eu também vejo na Agência Oficial o déficit de US$52 bilhões nos últimos 12 meses do balanço das contas externas.

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Vejam só como brilharam as contas externas no governo anterior, como sustentaram a economia brasileira, como permitiram importações e como, enfim, trouxeram ânimo para o país. Nós estamos com reservas de US$363 bilhões, mas já diminuíram nesses últimos dias. Foram gastos em torno de US$12 bilhões para tentar equilibrar o câmbio, só que não conseguiram. Ontem, o câmbio fechou em R$6,18.

Um dólar está custando R$6,18, chegou a R$6,20. O dólar turismo já passou de R$6,30. Quem quiser ir para a Disney vai comprar o dólar a R$6,30. Essa é a desvalorização da moeda. 

É por isso que o preço sobe no supermercado, porque a nossa moeda está valendo menos. Quem é que faz a moeda valer menos? O governo gastando a mais. 

E o pior é, gastando sem que isso signifique a melhora de serviços públicos, segurança pública, ensino, saúde, previdência ou saneamento básico. Essa é a grande questão. 

Ponte em Tocantins

Outra questão: o desleixo administrativo. Colocaram na superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no estado do Tocantins, órgão responsável por fazer a manutenção da ponte que caiu, uma pessoa que já foi presa, e respondia o processo por peculato. E depois o peculato virou crime eleitoral. 

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O Ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que vai investigar quais são as responsabilidades. A responsabilidade não é dos quatro caminhões que caíram, nem dos três automóveis que caíram, das três motos que caíram, das três crianças que estão desaparecidas, ou das 16 pessoas desaparecidas.

Um dos caminhões envolvidos transportava ácido sulfúrico ((H₂SO₄), e ninguém sabe se arrebentou o tanque ou não, mas a hipótese impede que se use o rio abaixo das águas do Tocantins. A incompetência faz tudo isso. 

Parece que somos masoquistas, porque a gente não se importa com isso. Eles são nossos empregados. Nós somos a origem do poder, nós os nomeamos pelo voto, nós os sustentamos pelos impostos diretos ou indiretos e nós somos os cidadãos desse país. 

O governo existe para nos prestar serviços, só que a gente não cobra, não cobramos nem dos nossos mandatários, nós os mandantes. Mandantes dos vereadores, dos deputados estaduais, dos federais, dos senadores que representam os estados. Essa é a questão. 

Democracia é só um rótulo. São essas coisas que fazem com que o nosso futuro seja sempre incerto. 

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Conanda

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), ligado ao Ministério dos Direitos Humanos, se meteu a legislar sobre aborto: por 15 votos a 13 foi aprovada resolução que promove aborto nos nove meses de gestação, para meninas de até 14 anos que estiverem grávidas e alegam violência sexual. 

Como assim? E o direito à vida previsto na Constituição, que é cláusula pétrea? E o direito do nascituro previsto no segundo artigo do Código Civil? 

Tem gente que devia ter votado e não foi, ficou com medo. Mas é norma, enfim. Não há força para obrigar ninguém, não tem força de lei no Congresso. O próprio Ministério dos Direitos Humanos se manifestou contra, dizendo que esse é um assunto do Congresso Nacional, se o Congresso Nacional quiser legislar sobre. Se não legislar, vale o que já diz a lei: direito à vida, com exceção de anencefalia do feto ou perigo de vida da gestante.