O Supremo levou anos com esse caso da maconha – a ação foi protocolada em 2011 e o julgamento começou em 2015. Tratava-se de um caso específico de São Paulo, de um detento, Francisco Benedito de Souza, que tinha sido condenado em 2010, depois de ter sido flagrado com 3 gramas de maconha em 2009. O Supremo discutiu, discutiu, discutiu e o absolveu. Ninguém tinha perguntado, mas o STF também decidiu, paralelamente, que ninguém pode ser preso se estiver portando até 40 gramas de maconha. Desde que não seja o vendedor, claro; tem de ser o consumidor. Mas agora o traficante pode estar vendendo e alegar que é consumidor, e talvez até seja mesmo. Que confusão!
Pois aquele sujeito, que tinha sido flagrado com 3 gramas de maconha, está sendo procurado de novo. Agora está com 64 anos; não tinha nem 50 quando foi preso pela primeira vez. Souza foi condenado em 2022 por furto qualificado, e está sendo procurado para cumprir pena de dois anos e nove meses. Em 2009, quando encontraram a maconhazinha com ele, Souza já tinha condenações por receptação – que é receber produto de crime, receber coisa roubada – e porte de arma ilegal, e também tinha inquéritos por roubo e estelionato. Há dois endereços onde ele está sendo procurado, mas não apareceu ainda. Será que o STF não sabia quem era essa pessoa, quem era o réu que estavam absolvendo, com todos esses antecedentes?
WhatsApp: entre no grupo e receba as colunas do Alexandre Garcia
Registro de entrada de Filipe Martins na Flórida é fraudado, mas ele segue preso
Está todo mundo horrorizado com a história da ficha de entrada de Filipe Martins na Flórida, que se descobriu ser um registro fraudulento. Estava com o número do passaporte errado, e parece que até o nome estava errado; primeiro corrigiram, e depois eliminaram a folha que estava lá. Parece que se preparou uma entrada falsa dele lá. Aí fica fácil fazermos uma comparação: Filipe Martins está para a Flórida assim como Adélio Bispo está para a Câmara dos Deputados, em termos de entrada no recinto.
A boca de Lula faz mais estrago na bolsa que o coronavírus
Lula fez várias declarações fortes, e o dólar bateu R$ 5,70. Alguém lhe disse que ele precisava falar algo para ver se baixava o dólar, porque até então Lula estava dizendo que era culpa de especuladores. Para provar que era a boca presidencial, ele disse “não podemos jogar dinheiro fora” etc. e tal, e o dólar baixou. Fechou a quarta-feira em R$ 5,56, que ainda é uma cotação muito alta.
A boca de Lula tem mais força que a Covid-19. No primeiro semestre de 2020, no auge daquele pânico forjado, provocado, vergonhoso, cruel contra as pessoas, saiu capital estrangeiro que aplicava na bolsa brasileira, estimulando o mercado secundário – aliás, estimulando o mercado primário com movimento no mercado secundário, ou seja, facilitando a colocação de ações no mercado. Pois agora, no primeiro semestre deste ano, tivemos saída recorde: R$ 40,1 bilhões em capital estrangeiro que estava aplicado na B3. Tudo por causa de incertezas e declarações estapafúrdias.
Lula fala em incentivo ao agro, mas prefeitos gaúchos dizem que dinheiro federal não chegou
Falando em declarações, agora mesmo Lula diz que tem de incentivar para plantar o máximo possível. Ele não explicou qual é o incentivo, porque não pode ter inflação do chuchu e do tomate. E sabemos que a inflação não é do chuchu nem do tomate; a inflação vem do desequilíbrio das contas públicas, que desvaloriza a moeda corrente. Agora, estão esperando algum posicionamento sobre auxílios para o Rio Grande do Sul, porque os prefeitos que vieram a Brasília dizem que não receberam nem 1% do que o governo federal divulgou. Foi mais propaganda que uma ação de fato.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS