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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Eleição

Diplomação de Lula é festival de louvor à urna eletrônica

diplomação de lula
Alexandre de Moraes e Lula exibem o diploma de presidente eleito, na solenidade de diplomação. (Foto: Ricardo Stuckert/PT)

Nesta segunda o Tribunal Superior Eleitoral diplomou Lula e Alckmin. A diplomação é um atestado de que eles foram eleitos presidente e vice-presidente da República e de que estão aptos a tomar posse dos cargos diante do Congresso Nacional. A menos que sejam impugnados – como prevê o artigo 14, parágrafo 10.º, da Constituição, há um prazo de 15 dias para se impugnar ambos alegando abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

Na diplomação, Lula e Alexandre de Moraes disseram que as urnas eletrônicas têm a maior transparência, lisura, que está tudo certo, que nunca houve fraude na história das urnas eletrônicas, segundo Moraes. Lula disse que a confiança nas urnas eletrônicas é compartilhada pelo mundo inteiro – mas, na verdade, apenas três países usam urnas como as nossas.

Bolsonaro e as crianças 

No fim da tarde de segunda-feira, na hora do arriamento da bandeira que fica diante do Palácio do Alvorada, uma multidão correu lá e outra parte da multidão dormiu lá, passou a noite toda, com mau tempo, dormindo na laje fria. De novo, as crianças foram protagonistas. No dia anterior, a menina Júlia foi conduzida através do fosso por um segurança do presidente, como se fosse um São Cristóvão; ela foi pedir pra Bolsonaro não desistir. Nesta segunda, cerca de 50 crianças invadiram os jardins do Palácio do Alvorada, e um menino índio chegou a botar um cocar no presidente, fez um discurso em nome das crianças brasileiras. A primeira a passar foi uma menina que, também emocionada, entregou um girassol ao presidente; por fim, o coro disse que eles são o futuro da nação. Houve uma espécie de um sermão de um padre católico que, de joelhos, pediu que Bolsonaro não decepcionasse as crianças.

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Mais um senador quer enfrentar Rodrigo Pacheco 

Agora tem mais um candidato à presidência do Senado: Eduardo Girão, do Ceará. Ele e Rogerio Marinho, do Rio Grande do Norte, vão tentar impedir que Rodrigo Pacheco seja reeleito. Aliás, eu leio a Constituição e, na minha leitura, não pode haver reeleição, mas tem havido. É isso, nós não temos a cultura de cumprir nem a Constituição. Uma candidatura a mais não vai dividir os votos de quem não quer Pacheco, porque só será eleito presidente do Senado aquele que conseguir metade mais um, ou 41 do total de 81 senadores. Enquanto não alcançar esse número, a pessoa não está eleita.

A gastança vem aí, com PEC e mais ministérios

Enquanto isso, na Câmara já estão marcando para quarta-feira a votação da PEC da gastança. E a gastança vai ser maior do que a gente imagina, porque o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já disse que serão 35 ministérios – atualmente são 22. Em tempos anteriores, de Dilma etc., chegaram a 39. É uma gastança enorme, para distribuir ministérios entre os partidos, e os partidos os enchem de nomeados sem concurso, para cargos de confiança. É uma gastança tão grande que provoca medo dos investidores, dos empregadores, dos que produzem, dos que plantam, dos que são credores do Brasil.

Falando em medo, Aloizio Mercadante está cotado para o BNDES, onde hoje está o excelente Gustavo Montezano, alguém que leva a sério o nome do banco, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, não “internacional de desenvolvimento das ditaduras amigas”. Só a possibilidade de Mercadante entrar lá já causou alta do dólar e queda da bolsa. O agro está parado, ninguém mais compra nada, não querem investir sem saber o que vai acontecer. Todos sabem que a dívida pública brasileira vai aumentar. Num país onde as estatais vinham dando lucro pela primeira vez, agora todos já se preocupam com quem será o dirigente partidário que vai comandar as estatais, a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal. Há um medo danado. A inflação está sob controle, mas será que vai continuar assim? Os juros, que estão sendo muito bem usados, vão disparar. Essa é a perspectiva; provavelmente por isso o padre Genésio, ajoelhado na frente de Bolsonaro, pediu para ele pensar nas crianças. Também nós temos de pensar nas nossas crianças.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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