Carregamentos de doações às vítimas do Rio Grande do Sul chegam a todo o momento ao estado.| Foto: Alex Rocha/PMPA
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De Santa Cruz do Sul (RS) me avisam que já não há mais onde armazenar os donativos que estão chegando. Ali, na região do Vale do Rio Pardo e do Rio Pardinho, houve muitas mortes, e faltam lugares para guardar tantas doações. Fico pensando se isso também acontece em outros lugares do Rio Grande do Sul, diante da quantidade de donativos provenientes do país inteiro. O brasileiro, mais uma vez, se mostra um povo solidário.

Claro, no meio disso há as patifarias: gente querendo se aproveitar para fazer propaganda política porque neste ano há eleição, quadrilhas que fazem saques, outras quadrilhas que querem aproveitar para transportar drogas ou armas. Temos de ficar atentos a tudo isso, porque faz parte do gênero humano. Há os bons e há os maus. Há os aproveitadores, há os hipócritas e há aqueles que estão dando tudo de sua energia para ajudar o próximo. Estes últimos vão ter a alegria de ajudar o próximo, e não um peso na consciência – se bem que, em geral, esses que fazem maldades não têm peso algum na consciência.

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Setor produtivo diz que não há risco de desabastecimento de alimentos

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) fez uma declaração dizendo que não há risco iminente de desabastecimento no Rio Grande do Sul. Eu já tinha recebido aviso de muitos industriais dizendo exatamente isso, que o abastecimento está garantido, apesar de casos de saques – sei, por exemplo, de grandes empresas que tinham depósitos centralizados em Eldorado do Sul, onde houve um saque generalizado. Mas está chegando muita coisa.

Outra questão é a do arroz. Vi o presidente Lula dizendo que vão importar 1 milhão de toneladas de arroz da Bolívia e do Uruguai, mas os arrozeiros dizem que não é necessário. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, informou que já colheram quase 90% de 7 milhões de toneladas.

Quase R$ 100 milhões são arrecadados via Pix

Empresários do Triângulo Mineiro chegaram à conclusão que é melhor converter em dinheiro as doações que estão sendo recebidas. Primeiro, para evitar o problema logístico do frete. Segundo, por causa de problemas na distribuição. É melhor mandar a ajuda por Pix para o Rio Grande do Sul, e o governador Eduardo Leite (PSDB) mostrou que as doações via Pix estão em quase R$ 100 milhões. Ele já está anunciando que as pessoas vão receber R$ 2 mil. É certo que haverá uma avaliação e um controle desse dinheiro, a pessoa terá de demonstrar que foi vítima das cheias.

Passada a cheia, será preciso recuperar e prevenir

Voltaram as chuvas e o nível do Guaíba subiu de novo. Porto Alegre voltou a enfrentar o problema da água. A região do Taquari também. Mas está começando a ficar sob controle. O fato é que, depois de passada a cheia, o trabalho será não apenas o de recuperar o que foi estragado, mas de prevenir para que isso não aconteça de novo. Dragar os rios, verificar as encostas e, sobretudo, ter planos diretores de construção das cidades.

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