As crises sempre começam pela economia. E as finanças públicas, que estão prejudicando a economia brasileira, já mostram sinais de debilidade há muito tempo. A propaganda do governo tenta nos convencer do contrário, de que está tudo bem, mas não está. Vejam o dólar, que passou de R$ 6 e não sai mais dali. Nesta segunda-feira, o Banco Central fez um leilão de US$ 4,6 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhão à vista. As pessoas compraram, ou seja, estão investindo em dólar acima de R$ 6, acreditando que será uma vantagem porque o dólar deve subir mais ainda. E o dólar fechou a segunda a R$ 6,09, mais exatamente R$ 6,0934. Mesmo com as tentativas de conter isso. Os juros futuros também estão em 15%. Quem fecha financiamento, crédito, está pagando 15% ao ano, acima da taxa básica Selic, de 12,25% depois do aumento de um ponto porcentual.
Por outro lado, vemos que não haverá corte nas finanças públicas. O problema é o gasto excessivo do Estado brasileiro, do governo federal. Lula inventou um monte de ministérios, gosta de gastar, chama gasto de “investimento”. Mas isso não se traduz em bons serviços públicos. O presidente faz propaganda, diz que o SUS é o melhor do mundo, mas ainda melhor que o SUS, como o próprio presidente mostrou, é o Sírio-Libanês de São Paulo, não é nem o de Brasília. Sexta-feira, o artesão e garçom José Augusto Mota Silva, de apenas 32 anos, morreu sentado em uma UPA, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, à espera de atendimento. Queixava-se de fortes dores. O pai dele se lamentou e perguntou: como é que o filho morre assim, esperando o atendimento que não vem? É chocante.
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O serviço de ensino é péssimo. A previdência atende mal. A população tem medo e fica atrás das grades, botando cadeado em casa. Quem pode paga a segurança e blinda o carro. Por quê? Estamos em guerra? Até estamos, por falta de segurança pública. O saneamento básico é a mesma coisa. Aí dizem que temos só 6% de desemprego. Como assim? Quantas dezenas de milhões estão recebendo Bolsa Família? Também são pessoas sem trabalho. É tudo propaganda para disfarçar as coisas que estão brotando.
Congresso não vai ter tempo de votar toda a pauta econômica desse fim de ano
Na próxima segunda-feira começam as férias do Congresso, mas não vai ter tempo de votar tudo. Os parlamentares têm de aprovar o orçamento do ano que vem. A Câmara parece que está tentando votar a reforma tributária. E não vai sobrar tempo para votar o pacote do Haddad, que o governo deixou para o fim e anunciou para fazer propaganda, dizer que “vamos cortar”. Mas por que precisam cortar? Porque gastam demais. O corte é uma confissão de que se está gastando em excesso. Não pagamos imposto para sustentar governo, mas para o Estado brasileiro nos servir de serviços públicos eficazes, eficientes e de qualidade.
Se a reforma tributária for aprovada como está, o tal Imposto sobre Valor Agregado (IVA) será o mais alto do mundo, com 28,55%, bem acima da Hungria, que hoje é a líder. No Canadá paga-se 5% de IVA. Não são impressões subjetivas, são números que estão na nossa cara, e que sentimos na hora de ir ao supermercado fazer compras.
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