O clima no PSDB está pesado por causa de João Doria. O governador de São Paulo insiste em impor a sua candidatura ao partido e em querer comandar a legenda do seu jeito. Chegou a pedir a cabeça do deputado Aécio Neves, que é uma das grandes figuras do PSDB. Doria propôs isso numa reunião com caciques tucanos e saiu constrangido de lá porque recebeu muito pouco apoio. Para não provocar um racha e gerar notícia negativa ao partido, os tucanos decidiram por adiar o assunto por um ano, contendo o ímpeto de Doria.
Enquanto isso, um grupo de deputados que representam mais ou menos metade da bancada federal foi a Porto Alegre conversar com o governador gaúcho Eduardo Leite. Eles sugeriram que Leite se lance candidato também para enfrentar Doria dentro do PSDB. Aliás, Fernando Henrique Cardoso, que é a maior liderança tucana de todos os tempos, foi quem sugeriu o nome de Eduardo Leite, porque eles já perceberam que a imagem de Doria está muito desgastada dentro do partido. O governador paulista tenta no marketing que faz superar esse desgaste, mas a verdade é que a rejeição só aumenta.
Principalmente depois de ele ter recebido como conselheiro e aliado, o deputado Rodrigo Maia, que praticamente não tem mais lugar no DEM, o seu partido, a não ser pela lei, porque se ele sair agora, sem motivo, perde o mandato na Câmara. Doria o convidou para ir ao PSDB, mas não perguntou aos outros tucanos se topariam receber esse ônus, esse peso, literalmente. Maia teria aconselhado Doria a dominar o partido e deu no que deu. Eduardo Leite disse que, para ter o controle do PSDB, o governador paulista primeiro tem que se apresentar como líder. Querer tirar o Aécio na marra foi o maior fora de Doria.
Frente de oposição a Bolsonaro é bem pequena
É interessante ver que metade dos tucanos da Câmara está pendendo para o lado do governo Bolsonaro, assim como a maior parte do DEM. Vários partidos estão brigando para ter Bolsonaro, que está sem partido, como candidato. É que o político veterano sente o cheiro do poder e sabe para que lado ele vai.
Bolsonaro já está se movimentando e percebe que a oposição está muito de cabeça quente porque nunca não digeriu a derrota de 2018. O ex-deputado Miro Teixeira disse que não se vence eleição com ódio.
A oposição fala em formar uma frente, mas se olhar o resultado da votação da autonomia do Banco Central na Câmara, a gente vai ver que o tamanho dessa frente aí não passa de 120 votos em 513. Não chega nem na metade dos votos da Câmara. Para pensar em impeachment, então, está muito longe. São necessários 342 votos.
E estão esquecendo das ruas, que é o que decide uma eleição, e que Bolsonaro não esquece. Toda quinta-feira, ele sai pelo país, anda no meio do povo, e faz a sua própria pesquisa de opinião. Já as pesquisas que a gente vê parece que estão bem longe da realidade.
Encontro de chanceleres
O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, teve uma longa conferência online com Antony Blinken, o secretário de Estado do governo Joe Biden. Eles falaram sobre relações comerciais, econômicas, investimentos, acordos e etc.
O presidente Bolsonaro quer ter um acordo comercial maior com os Estados Unidos, já que os governos anteriores deixaram o Brasil de fora de acordos anteriores que significaria queda de impostos de um país para o outro nas importações. Falaram ainda sobre defesa, meio ambiente, mas sobretudo de defesa da democracia e dos direitos humanos no continente.
É uma forma de dizer que eles trataram da Venezuela, da Nicarágua e de Cuba, quetem uma ditadura de 60 anos. Mas tanto o governo brasileiro como o governo americano coincidem em desconhecer o governo Maduro, e reconhecer o governo de Juan Guaidó e não o Parlamento que foi eleito em eleições fraudulentas.
Então continua uma política externa bem afinada. Fizeram toda uma narrativa e tal para opor Brasil e EUA. Esqueceram que Biden fez muitas declarações de campanha e que agora é a realidade, agora é o dia a dia em relação aos dois maiores países das Américas.
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