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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

“Ele só queria roubar um celular”

(Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo)

Muita gente que morreu em acidentes nas estradas nestes dias de feriadão estava sem cinto de segurança. É incrível como as pessoas não tomam a iniciativa de proteger seu próprio corpo.

Eu uso cinto há 52 anos. Claro que não era obrigatório naquela época e nem havia cinto no meu carro. Eu tive que comprar um cinto importado, um GM, e mandei aparafusar no assoalho do meu Karmanguia.

O cinto que eu comprei era subabdominal, mas eu queria proteger meu nariz, meus dentes, meus olhos e minha vida. Adiantou muito porque em uma ponte, onde só cabia um carro, um caminhão desceu sem freio e eu arranquei o eixo traseiro do caminhão com todo feixe de mola. Imagina a força do impacto e eu saí absolutamente inteiro.

Eu vejo tanta gente morrendo de graça por estar sem cinto, ou até matando. Eu já vi um acidente em que os dois jovens que estavam o assento traseiro, sem cinto, mataram os dois que estavam na frente com cinto dando cabeçadas na nuca.

Cada vez mais a impunidade estimula o crime

Em Porto Alegre, mataram uma jovem de 23 anos quando ela entregou um celular durante um assalto. Mesmo assim a mataram. Eles querem mostrar poder. Engraçado que eu vi um ex-presidente falando que o sujeito “só quer roubar um celular”. Como se tivesse direito.

As medidas do Supremo Tribunal Federal (STF) estimulam o crime. Eu citei ontem (18) uma frase de Gilmar Mendes em 2016, quando ele votava pela prisão em segunda instância, dizendo que isso só estimularia a impunidade. E é verdade.

Vejam só uma série de atitudes dos nossos representantes, mandatários, servidores, dos que servem o povo - já que todo poder emana do povo:

Primeiro a progressão de regime: o sujeito cumpre um sexto da pena e vai embora, se ele for condenado a 18 anos vai cumprir três. Tem também a visita íntima, que faz com que a prisão vire motel. Depois a pessoa tem a pena reduzida dependendo da quantidade de livros que ela diz que leu: o ex-senador Luiz Estevão leu quase uma biblioteca inteira para reduzir a pena dele.

O sujeito tem sete saídas por ano. No Dia das Crianças, os assassinos da menina Isabela Nardoni saem e, no dia dos pais, a Suzane Richthofen sai. Existe ainda o auxílio-reclusão que é uma gratificação porque a pessoa está na prisão, e o valor é maior que o salário mínimo.

Eles têm audiência de custódia em que o sujeito é solto 24 horas depois, se o juiz achar que ele não precisa ficar preso. Depois tem o Estatuto da Criança e do Adolescente que solta criminosos, homicidas, assaltantes - aliás, eu não posso nem chamar de criminoso quem não tem 18 anos.

Fizeram campanha para não construir presídio. Aí não tem onde colocar quem comete crime e tira gente do presídio para ficar solto na rua. Depois fizeram uma campanha contra a polícia e falaram que o traficante é um benemérito das periferias dizendo que a polícia é má.

Depois impedem o cidadão de ter arma para se defender e para defender a sua própria casa. E também dizem que as drogas são só recreativas, que é um negócio inofensivo, que não têm problema mesmo enquanto crianças.

Aí vem o ministro Sergio Moro e tenta botar ordem nisso, acabar com a impunidade; trancafiar criminosos, corruptos, assassinos, homicidas e assaltantes. Essas pessoas têm que ser tiradas de circulação para não continuar nos prejudicando. Agora, os nossos representantes no Congresso Nacional estão querendo desidratar o Pacote Anticrime do ministro Sergio Moro. Cabe a nós reagir, já que todo poder emana do povo - e o povo está com medo.

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