Notícia é mais importante quando está mais próxima de nós. Se for para falar de notícias do exterior, é muito mais importante a eleição na Argentina que o conflito entre Hamas e Israel – que eu nem chamaria de “conflito”, porque foi um ataque terrorista que começou isso; não é exatamente um conflito bélico, mas uma ação policial de Israel para conter a bandidagem do Hamas.
Na Argentina, só haverá decisão em 19 de novembro. Na semana passada, os que me ouviram falar da eleição sabem que eu já previa o segundo turno, que ninguém teria maioria suficiente para decidir agora. Vão para o segundo turno Sergio Massa, o ministro da Economia que deixou o país desse jeito, e Javier Milei. J.R. Guzzo disse, e ele está absolutamente certo, que os argentinos vão decidir entre o desconhecido, que é Milei, e o desastre conhecido, que é Massa. Interessante é que na cidade de Buenos Aires, a capital federal, que é o equivalente argentino do nosso Distrito Federal e tem mais de 7% da população argentina (portanto, mais de 7% do eleitorado), quem ganhou foi Patricia Bullrich. E ganhou muito bem: na capital federal, ela fez 41% dos votos, contra 32% de Massa e 20% de Milei – ela, portanto, fez o dobro de votos que Milei. Mas, no restante do país, deu Sergio Massa, que terminou com 36,6%. Milei teve 30%, e Bullrich acabou com 24%. Outros dois, somados, fizeram 9%.
Na segunda-feira, Bullrich disse que não vota em kirchnerismo, nem em peronismo, nem em esquerdismo; portanto, está declarando voto em Milei. E o candidato Milei, por sua vez, disse estar aberto a uma negociação com ela e com seus seguidores. Na verdade, os dois são de direita, e a direita, junta, teve 54% dos votos nesse primeiro turno, sem considerar os pequenos; no fim, pode chegar a quase 60%. Imagina-se que Sergio Massa chegou ao seu máximo, talvez uns 40%. Eu arriscaria um palpite de 60% a 40%, embora a própria imprensa argentina esteja dizendo que os marqueteiros que Lula mandou para lá foram decisivos na recuperação de Massa, que estava afundando. Como eles fizeram isso? Assustando o povo argentino, dizendo que Milei é louco, que é o futuro incerto. Certeza nós temos é do presente e do passado kirchnerista.
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A Argentina é muito importante na política, na economia, nas transações externas, é o nosso terceiro parceiro comercial; é nosso vizinho. Lembro de perguntar ao presidente Figueiredo, quando estava cobrindo a Guerra das Malvinas, por que o Brasil estava ajudando a Argentina. Ele respondeu: “Porque a Argentina sempre vai ser o nosso vizinho. A Inglaterra está a 10 mil quilômetros de distância”. Apesar de quatro séculos de rivalidade, Brasil e Argentina são vizinhos, parceiros do Mercosul, parceiros econômicos, e não há como fazer diferente.
Mais uma vez o crime mostra que o Estado não manda nada no Rio
Nunca se queimou tanto ônibus no Rio de Janeiro como na segunda-feira. Quase 40 ônibus. Grandes vias, como a Avenida Brasil, foram interrompidas com ônibus atravessados; escolas foram fechadas. Tudo porque mataram o sobrinho de um miliciano. O Rio tem milícias, o Rio tem traficantes, e o Rio tem governo. Só que o governo não entra nos territórios do tráfico e das milícias, inclusive por causa de decisões do Supremo.
O prefeito Eduardo Paes fez um apelo ao ministro da Justiça, para que atue no Rio de Janeiro também, para ajudar as autoridades municipais e estaduais. A ação dos milicianos interrompeu o transporte metropolitano em toda a Região Oeste, Campo Grande, Barra da Tijuca, Guaratiba, Santa Cruz, Recreio, porque foi morto o Teteu, sobrinho do Zinho, que é o chefe de Três Pontes. São os “principados”, os “territórios autônomos” do Rio de Janeiro, onde o Estado brasileiro não entra.
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