Ontem fomos para uma eleição sem comprovante de voto. A gente é fraquinho, né? Está escrito na Constituição que todo o poder emana do povo, só que não. A gente vai continuar na dúvida sobre os resultados eleitorais, porque se houver dúvida não tem como comprovar. Na Venezuela tem. Todo mundo ficou sabendo que o Maduro perdeu porque ele se esqueceu de cortar a apuração antes. Só cortou quando a apuração já chegava 83,5% dos votos e ele estava perdendo, o adversário tinha mais de 60% dos votos e todo mundo ficou sabendo. Aqui não.
Outra coisa, fomos para a eleição censurados. Mais de 21 milhões de brasileiros, quase 22 milhões, que usam o X para expressar as suas ideias, as suas opiniões, foram censurados. É ruim que a gente vá para uma eleição de mordaça na boca. Inclusive, durante a semana, o X acabou cumprindo todas as exigências, pagou multa, R$ 28 milhões, eu acho, um dinheirão.
Bloqueio ao X
Enfim, foi mais de 20 milhões, pagou tudo, e aí a alegação foi “não, pagou errado”. Gente, devia ter pago no Banco do Brasil, pagou na Caixa Econômica, é a mesma coisa, as dois são instituições financeiras estatais do governo federal e os dois têm depósitos judiciais. Foi feito o depósito judicial, mas essa desculpa foi para empurrar a decisão, para não abrir o X antes da eleição, para calar a boca, porque todo mundo sabe que a direita é mais forte, é mais ágil, é mais dinâmica, se aprofunda mais no uso das redes sociais que a esquerda. Então se fez isso para fazer uma restrição, uma censura. É lamentável que isso tenha acontecido.
Venda de sentenças
Mudando de assunto, me chamou a atenção, saiu na Veja, saiu em vários jornais, o que foi descoberto depois que mataram um advogado em Mato Grosso. Um advogado chamado Roberto Zampieri. Deram 12 tiros nele. E aí sobrou o celular dele. E lá pelas tantas a polícia resolveu dar uma olhada no celular. Meu Deus do céu! Tem uns quatro anos de mensagens, de venda de sentenças. Compre e venda, claro. Mercado de sentenças, leilão de sentenças, bolsa de sentenças, Câmara de Compensação de Sentenças, horrível. Já foram afastados em consequência disso dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho. Dois filhos que não estão honrando os pais pelo jeito. Foram afastados pelo Conselho Nacional de Justiça. Mas também está pegando lá no Superior Tribunal de Justiça, que é um tribunal superior lá de Brasília. Está o nome de quatro desembargadores. Vendiam as minutas de sentença: “Você quer comprar essa?”, aí depois sai a sentença igual. O sujeito escolhe, paga, digamos, R$ 50 mil, depois sai a sentença ou despacho igualzinha à minuta que foi vendida. Esse Zampieri que foi morto resolvia coisas em causa própria ou funcionava como intermediário e lobista. Só para lembrar, casos semelhantes já foram encontrados em Tocantins, São Paulo, Bahia e sabe lá em quantos outros lugares isso está acontecendo.
União na Amazônia
Produtores rurais da Amazônia, principalmente do Pará, do Sul do Pará estão se unindo para defender os seus objetivos. Essa gente ocupa o Brasil. O Brasil garante a sua soberania graças aos brasileiros que põem o pé sobre o território, que plantam. No caso, é gente que plantava cacau, café, que criava gado e que foram escorraçados de lá. Porque depois que eles foram instalados pelo Incra, inventaram reservas indígenas e eles foram escorraçados.
Já são 600 pessoas em torno disso unidos para defender seus direitos. Depois a história vai reconhecê-los como responsáveis pela soberania nacional. Tal como a história reconhece os bandeirantes, os criadores de gado, os garimpeiros, dos templos de Brasil Colônia que avançaram além da linha do Tratado de Tordesilhas.
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Conteúdo editado por: Jocelaine Santos