O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, respondeu a segunda carta do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, na qual ele insiste que sejam discutidas com os técnicos do TSE as sugestões oferecidas pelos militares para dar mais segurança e transparência para a apuração.
Fachin disse que as Forças Armadas não precisam se sentir desprestigiadas, que aceita a colaboração deles, que o tribunal já aceitou em parte, e que está aberto para sugestões de todos, etc e tal. Mas nada, assim, afirmativo.
Eu ainda fico pensando naquela decisão da Corte Constitucional da Alemanha que vetou qualquer apuração que não fosse compreendida pelo público. O eleitor tem que entender como são apurados seus votos. O voto é secreto, a votação é secreta. Mas a apuração, não.
O artigo 37 da Constituição diz que o serviço público se caracteriza pela publicidade. E apurar votos é um serviço público, portanto, é obrigatório. Uma das coisas que as Forças Armadas reclamam, por exemplo, é o teste de todas as urnas. São milhares de urnas que teriam que passar por teste.
Eu acho muito estranho isso tudo porque foi o próprio ministro Fachin quem engendrou a fórmula que permitiu ao condenado Luiz Inácio Lula da Silva ser candidato. E agora é Fachin quem está presidindo a Justiça Eleitoral. É muito estranho.
O próprio ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, disse outro dia, constrangido, que anularam as condenações do ex-presidente, só que a devolução do dinheiro é a prova mais cabal de ter havido crime na Petrobras. Nove juízes confirmaram as sentenças do ex-juiz Sergio Moro.
Houve condenação na primeira instância de Curitiba, no tribunal revisor de Porto Alegre e na terceira instância no Superior Tribunal de Justiça, ou seja, não restava mais nada. Equivale a dizer que "olha, o foro não era esse, era outro; então está anulada a condenação". Vocês já viram isso em algum lugar?
Sonhadores quebram a cara
Alguns pobres sonhadores estão quebrando a cara nesse ano eleitoral. Nesta segunda-feira (13), Eduardo Leite confirmou que é candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Ele tinha renunciado ao governo gaúcho para ser candidato à Presidência da República e acabou preterido.
Pelo mesmo motivo e no mesmo partido, João Doria renunciou ao governo do estado de São Paulo e também quebrou a cara. O PSDB, aliás, não tem nem candidato próprio. A candidata deles é a senadora do MDB Simone Tebet, que não tem apoio do MDB do Nordeste e nem do Sul, por exemplo, e que provavelmente também não terá futuro.
Assim como Sergio Moro, que inflado por sua mulher sonhou em ser presidente da República. Teve revistas apostando nele como se fosse o novo presidente e deu no que deu. Imagine que até o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), teve essa aposta e foi o primeiro a minguar. Ou seja, está cheio de gente que sonha com isso, se supervaloriza, depois se engana e quebra a cara.
Assim como está cheio de analista eleitoral que permite que as pesquisas de opinião, que os enganaram em 2018, os enganem de novo. Só que eles não conseguem mais enganar os seus leitores e ouvintes, e perdem a credibilidade. Até o New York Times entrou nessa. Na eleição Hillary Clinton versus Donald Trump, em 2016, o jornal disse que Hillary tinha 85% de chance de vencer e no fim perdeu.
A pessoa se isola na redação e fica desconhecendo o seu público. Fica achando, no alto de sua arrogância, que é o dono da verdade. Porque ainda é do tempo do monopólio da informação e isso não existe mais. Hoje existem as redes sociais, em que todo mundo informa ou desinforma, mas todos têm acesso às informações.
Clima e super-ricos: vitória de Trump seria revés para pautas internacionais de Lula
Nos EUA, parlamentares de direita tentam estreitar laços com Trump
Governo Lula acompanha com atenção a eleição nos EUA; ouça o podcast
Pressionado a cortar gastos, Lula se vê entre desagradar aliados e acalmar mercado
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião