| Foto: EFE
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Todo mundo viu o presidente Lula passando um pito nos seus ministros, não é? Principalmente no Haddad, mas falou até do Alckmin, falou de líderes que não conversam, dizendo que precisavam conversar mais com os parlamentares. Não é a primeira vez que ele passa o pito, e pito público. Não é como o pito que Bolsonaro passou - em Sérgio Moro inclusive - naquela reunião que era fechada, e que só se tornou aberta porque o Supremo mandou divulgar. Então, Lula passou pito em público por queria que todo mundo soubesse que ele estava passando um pito nos ministros que não estavam conversando com os parlamentares.

Mas aí o jornal Estado de São Paulo foi ver a agenda do presidente com parlamentares e comparar com a agenda de Bolsonaro. Olha o que deu: no mesmo período de governo, nesses primeiros 14 meses,  Lula recebeu 118 vezes parlamentares e Bolsonaro 451 vezes.

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Então, acho que antes de xingar os ministros, Lula tinha que olhar para dentro, ver se essas coisas que estão dando errado, se não é o desencanto dele, não sei se pelo poder, mas pelos assuntos do poder, o distanciamento.

Eu ouço queixas até de parlamentares do PT que são barrados. A primeira-dama não quer que o presidente seja incomodado, que levem problemas, pois ele já estaria cheio de problemas. É uma coisa estranha. Então, eu acho que o Lula tem que olhar para dentro.

Armas

Eu não sei se vocês já leram o Revolução dos Bichos, em inglês Animal Farm, do George Orwell. É uma sátira da Revolução Comunista. É uma fazenda em que os porcos lideram uma Revolução Comunista e eles enganam todos os animais dizendo que todos serão iguais, mas termina com os outros animais vendo uma festa em que os porcos se confraternizam com os exploradores humanos. Eles fazem um baile conjunto, mas os porcos são classe superior. Quanto aos outros animais, ele começa dizendo que quem tem quatro patas é igual, mas depois os porcos é que são mais iguais que os outros. Por que eu estou contando isso pra vocês? Porque essa semana está batendo aí na rede social, uma festa, uma confraternização que é muito parecida. Bom, vocês lembram do referendo sobre armas, em que as armas foram aprovadas, o comércio de armas, por 64% eleitorado, em todas as regiões do país. Na região sul, por exemplo, a aprovação foi 80%, na região norte 71%, centro-oeste 69%, sudeste 60%, nordeste 57%. E no entanto, os governos não respeitaram a vontade do povo. Aliás, foram contra a vontade do povo e legislaram contra a vontade do povo.

Por isso, agora, a Caroline de Toni, de Santa Catarina, deputada, já fez aprovar na Comissão de Constituição e Justiça um projeto de lei complementar, dando aos Estados o poder de legislar sobre posse e porte de armas. E nada impede na Constituição, ao contrário do que a esquerda vem dizendo. Não é inconstitucional. Artigo 21, inciso VI, diz que compete à União autorizar e fiscalizar a produção e comércio de material bélico. Material bélico é canhão, metralhadora, ponto 50, fuzil de guerra, submarino armado, tanque de guerra com canhão e tal. Não fala em porte e posse de arma, que compete à União. E como nós somos uma federação, cada estado tem a sua peculiaridade.

Bom, agora o deputado de São Paulo, Paulo Bilinski, vai pedir urgência. Se ele conseguir 257 assinaturas, metade mais um, vão ter que votar urgentemente esse assunto. É para fazer valer, enfim, o referendo de 2005, que é a vontade do povo. E o povo é o patrão. Tem gente que está desrespeitando o patrão. Se não for democracia, aí não é o patrão.

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