A terça-feira (21) começou com uma operação de busca e apreensão nos imóveis do senador José Serra (PSDB-SP). Inclusive no gabinete dele no Senado, mas o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, não deixou a Polícia Federal entrar.
Logo depois, o presidente do STF anulou o mandado de busca, dando a justificativa de que no gabinete do senador há papéis pessoais, mas também documentos ligados ao exercício de Serra na Casa legislativa.
No entanto, a Operação Paralelo 23 conseguiu cumprir a busca e apreensão no apartamento funcional de Serra e na residência dele em São Paulo. O Ministério Público Eleitoral de São Paulo está auxiliando nas investigações.
Serra está sendo investigado por caixa dois na campanha eleitoral de 2014 para o Senado. A suspeita é de que a Qualicorp tenha fraudado contratos para repassar R$ 5 milhões para o tucano.
Foram três mandados de prisão temporária, um deles contra o empresário fundador da Qualicorp, José Seripieri Júnior. Ele já foi investigado por fazer repasses ilegais a Lulinha, filho do ex-presidente, segundo a delação do ex-ministro Antonio Palocci.
Além disso, o empresário fazia doações ao Instituto Lula, pagou a defesa de Rosemary Noronha, emprestou diversas vezes seu jatinho particular e sua mansão em Angra para Lula. Era dele também o helicóptero que caiu com o filho do ex-governador paulista Geraldo Alckmin.
A lista de tucanos que foram candidatos à Presidência da República e que estão sendo investigados está aumentando: Serra, Alckmin, Aécio Neves. Mais um problema para o PSDB.
Seripieri começou a trabalhar cedo, com uma kombi. Ele era policial. O empresário foi um dos criadores do “home care” e depois começou a operar na área de operadores de saúde.
Dizem que ele chegou a indicar até um dos diretores da Agência Nacional de Saúde, no governo do PT. Ele é o tipo de intermediária que faz o ex-assessor Fabrício Queiroz virar um criminoso de baixo clero. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, teria movimentado R$ 1,2 milhão. Mas Seripieri pode ter desviado bilhões.
Reforma tributária
O ministro Paulo Guedes entregou a proposta de uma reforma tributária limitada, uma primeira fase. O texto prevê que o PIS/PASEP e Cofins se unam e virem o tributo CBS (Contribuição sobre bens e Serviços), a alíquota seria de 12%.
Além dessa, tem mais duas propostas de reforma. Uma delas, que está na Câmara, pretende converter cinco impostos em um, isso não alteraria a arrecadação. E a que está no Senado quer transformar nove impostos em um.
Eu tenho saudade daquela proposta do então senador Flávio Rocha de imposto único. Era um único imposto que iria incidir sobre as operações financeiras. A alíquota era para ser de 1%. Só isso, nada mais.
Com isso, haveria um crescimento de arrecadação, seria impossível sonegar ou desviar impostos, as prefeituras teriam no dia seguinte os impostos na mão. Mas os banqueiros não quiseram, porque para eles não era financeiramente vantajoso.
Tem essa proposta de IVA (imposto sobre valor agregado) que é fácil para ser aprovada, mas tem outros que serão mais difíceis. Um exemplo: compensar a retirada da Previdência para benefícios de até dois salários mínimos com um imposto de 0,2% em operações digitais. Mas essa proposta tem cheiro de CPMF e no Congresso os parlamentares não querem voltar com esse imposto.
Laranjada
Houve um crescimento de 12% na venda de produtos cítricos para a Europa, no primeiro semestre. Entre eles, laranja, tangerina, lima e limão. Há uma demanda grande de vitamina C. Foram 73 mil toneladas de produto e US$ 57 milhões. Mais uma vez o agro está brilhando.