A partir de agora, com o fim da emergência sanitária, ninguém mais é obrigado a usar máscara para sair de casa. Claro, é recomendável que quem estiver gripado e puder contagiar os outros continue usando. Mas ninguém é mais obrigado. Assim como quem quiser visitar o Brasil não precisa mais apresentar prova de que tomou vacina – também não sei para que isso servia.
Mas, principalmente, agora teremos licitação novamente. Esse processo vai coibir a picaretagem que aconteceu na compra de material de proteção individual, máscara, luva, respiradores, hospitais de campanha, de UTI e etc, nessa pandemia. Milhões de reais dos nossos impostos foram desviados em fraudes, por gente que se aproveitou da situação. E, pior, a CPI do Senado não quis investigar essa corrupção. Agora, pelo menos daqui para frente, já será mais difícil disso ocorrer.
E só para lembrar as pessoas, vamos aos fatos. O ministro do STF Ricardo Lewandowski andou dizendo por aí que o governo estava parado na pandemia e que coube ao Supremo proteger os brasileiros. Ele disse textualmente "a inação do governo". Curioso que a portaria que decretou a emergência sanitária no Brasil por causa da Covid saiu 40 dias antes de a OMS declarar o estado de pandemia. A portaria saiu no início de fevereiro e a pandemia foi oficializada no dia 11 de março.
Espingarda não é fuzil
Eu não sei o que é que há com os jornalistas de hoje. Eles não sabem que temos a obrigação de ser especialista em generalidades. Temos que tem que ter uma cultura geral ampla.
Aí, vejo na cobertura daquela tentativa de assalto a uma transportadora de valores em Guarapuava (PR) um repórter chamando um fuzil deixado para trás numa árvore de espingarda calibre 12. E depois ainda chamou carro-forte de tanque do Exército.
Eu sinto uma tristeza enorme. Eu, que fui professor de Jornalismo na PUC-RS, em Porto Alegre, e no CEUB, em Brasília, fico me perguntando: o que está acontecendo com os jornalistas de hoje? Eles são estimulados a fazer o quê? Porque eu sempre estimulei meus alunos a pesquisarem e ampliarem seus conhecimentos.
Temos que ser enciclopédicos. Temos que entender de tudo, desde anatomia, geografia, química, física, matemática... A gente lida com tudo isso no dia a dia e tem que saber superficialmente um pouco de tudo. Isso é quase um desabafo!
Peixe fora d'água
Depois de ter sido o grande candidato à Presidência da República da "terceira via", o ex-juiz Sergio Moro foi rebaixado a candidato deputado federal. Mas ele disse que não quer, e agora vi que ele está lançando um curso anticorrupção para se sustentar, pois trocou de partido e perdeu o salário que recebia no Podemos.
Outro dia vi uma charge em que Moro atira com as duas mãos nos dois pés. A mudança de partido enterrou os planos políticos dele. Ele se mostrou um peixe fora d'agua na política. Depois de anos de carreira como juiz, Moro não conseguiu se adaptar ao novo campo de atividade.