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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Posse

Flávio Dino deu as costas ao eleitor, no governo e agora no STF

Dino Supremo
Posse do ministro Flávio Dino como ministro do STF. (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

O ex-ministro da Justiça Flávio Dino tomou posse no STF quinta-feira, e se livrou dessa fuga em Mossoró, que está quente nas mãos do ex-ministro do Supremo Ricardo Lewandowski – aquele que rasgou o parágrafo único do artigo 52 da Constituição no julgamento de Dilma Rousseff. Lewandowski disse que está investigando, mas já faz uns dez dias desde a fuga e não pegaram os fugitivos. São 600 policiais procurando. Já prenderam três ou quatro que teriam ajudado na fuga, depois da fuga; quanto aos que ajudaram antes da fuga, até agora nada. Só sabemos que a empresa de onde saiu uma ferramenta que os fugitivos usaram tinha terceirizado um contrato em nome de um laranja daqui de Brasília. Uma enrolação!

Dino, que foi eleito para ser representante do Maranhão no Senado durante oito anos, ficou só 21 dias. Sua suplente vai ficar oito anos menos 21 dias. Ana Paula Lobato tem 39 anos e sua vida política resume-se a ter sido vice-prefeita de Pinheiro, que é a terra de José Sarney. Seu marido é deputado estadual pelo PCdoB, o partido de origem de Flávio Dino. Mas ela nem foi votada, entrou de carona, porque o eleitor votou em Dino; foram 2,1 milhões de maranhenses que o escolheram como seu representante do Senado, mas ele deixou todos na mão. Tinha 2,1 milhões de patrões e os trocou por um patrão só, Lula, ao ser ministro da Justiça e Segurança Pública. Agora, ficará 20 anos no Supremo.

Sem conhecimento dos autos, Bolsonaro preferiu ficar calado diante da PF

Jair Bolsonaro se apresentou à Polícia Federal na quinta. Havia uma dúvida se ele ia ou não, porque os advogados dele exigiam acesso aos autos. Qualquer pessoa que precise se defender tem de ter acesso aos autos para saber o que lhe está sendo imputado. Essa era a alegação da defesa de Bolsonaro, que ficou lá 15 minutos, de boca fechada, e saiu. Ninguém o viu sair, aliás; os advogados é que deram entrevista depois. Também depuseram Anderson Torres, o general Paulo Sérgio, o general Augusto Heleno, o general Braga Netto, o general Mário Fernandes, o almirante Almir Garnier e Valdemar Costa Neto.

Portugueses se cansaram da esquerda 

A direita em Portugal está com tudo – pelo menos é o que está mostrando uma pesquisa feita pela Paraná Pesquisas, divulgada na quinta. A coligação de centro-direita está com 21,4%; a esquerda, que é o Partido Socialista, tem 21,12%; e o Chega, que é a direita, 16,9%. A soma de direita mais centro-direita dá 38,3% contra 21,12% da esquerda. O povo português já cansou da esquerda; o primeiro-ministro socialista renunciou sob denúncias de corrupção, e por isso o presidente convocou eleições para 10 de março.

CNJ afasta cunhada de Sarney, mas ministros do STF seguem sem se incomodar 

Falei de José Sarney lá no começo. Pois o Conselho Nacional de Justiça afastou a cunhada de Sarney, desembargadora Celeste Sarney Costa, do Tribunal de Justiça do Maranhão. Ela também é de Pinheiro, a terra da suplente de Flávio Dino. Celeste foi afastada por dois anos porque um assessor teria rodado no exame de cartório e ela deu um jeito de fazer uma revisão das provas, algo assim, e ele acabou aprovado. São coisas do Brasil, dos cartórios, da Justiça. Agiu, então, o Conselho Nacional de Justiça, que só não pode agir sobre o Supremo. O único órgão constitucional que pode julgar ministros do Supremo é o Senado, mas o seu presidente, Rodrigo Pacheco, não tem nenhuma vontade de fazer isso, embora haja muitos pedidos de impeachment de ministros na gaveta dele.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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