Até ontem, o Brasil tinha 33 milhões de famintos. De um dia para o outro, a maioria ficou alimentada, nutrida. Explico: Lula e a mídia vinham repetindo, como fazia Goebbels, que o Brasil tem 33 milhões de famintos. Claro que quem tem olhos para ver não via isso, ou as ruas estariam cheias de pedintes do tamanho de três Portugal. Mas Lula e sua mídia repetiam: 33 milhões de brasileiros famintos. Agora aparece o Banco Mundial para estragar a vigarice: o Brasil nunca teve tão baixa extrema pobreza. Despencou de 25 milhões em 1990 para 1,9 milhão em 2020. Para os padrões econômicos internacionais, extrema pobreza é de quem ganha menos que US$ 2,15 por dia. O Auxílio Brasil corresponde ao dobro disso.
Só o Paraguai conseguiu semelhante proeza na América Latina. Outros estão dobrando a pobreza. Mas a mitomania tupiniquim gostou dos 33 milhões e ficou a repetir. Certa vez Lula explicou a Jaime Lerner que bastava citar um número que ninguém tinha como checar. Ele se referia a 25 milhões de crianças de rua sem ter onde morar. O arquiteto Jaime Lerner observou que, com essa multidão, não conseguiríamos sair às ruas e Lula admitiu que inventava os números para impressionar os europeus. Agora impressionou brasileiros desinformados e que não acreditam naquilo que seus próprios olhos veem nas ruas brasileiras.
A mentira desmoralizada foi usada na campanha eleitoral sem que o TSE tenha agido com a mesma repressão com que atuou contra aquilo que, do alto de sua divindade, qualificou de fake news. Até aqui, nenhuma novidade, já que é do conhecimento público a parcialidade do tribunal nessa eleição. Imaginem que agora, depois das anomalias mostradas pelo argentino, apenas pelo fato de Marcos Cintra ter cobrado uma explicação do TSE, ele foi bloqueado nas redes sociais e tratado como bandido, com prazo de 48 horas para a Polícia Federal colher seu depoimento. O ex-presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, não viu crime em estranhar que só Lula tivesse voto em dezenas de seções, algo que “é difícil conceber”, nas palavras de quem já presidiu eleições.
Revogou-se a Constituição nos artigos 5.º e 220, que tratam da liberdade de expressão e da proibição da censura. E criou-se o crime de opinião – já faz três anos. Muito por causa da imobilidade do presidente do Senado, a quem cabe a responsabilidade por não coibir os reiterados desrespeitos à Constituição. Resta-nos a vergonha de estarmos exportando para ditaduras o estímulo para censurar liberdades. A Nicarágua acaba de imitar o Brasil: aprovou a Lei dos Delitos Cibernéticos, com até dez anos de prisão para quem postar o que, para a ditadura, seja fake news. Mentir sobre 33 milhões de famintos é verdade. A verdade da mentira.
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