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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Mercado de trabalho

País gera menos emprego porque acaba com a segurança do empresário

Novo Caged
Dados do Novo Caged apontam a criação de 1,023 milhão de vagas no primeiro semestre de 2023 contra 1,388 milhão em 2022. (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/arquivo)

É triste ver a queda na geração de empregos no Brasil. No primeiro semestre, a queda em relação ao mesmo período do ano passado foi de 26% – nesses seis meses, foram criados 1,023 milhão de empregos, contra 1,388 milhão no primeiro semestre do ano passado. No mês de junho, foi pior ainda: queda de 45%: 157 mil novos empregos, contra 285 mil em junho de 2022. Ou seja, é uma progressão que está afundando cada vez mais.

Qual é o problema? É o recado que o governo – não só o Poder Executivo, mas também Legislativo e Judiciário, todos fazem parte do governo do país – dá aos investidores, aos empregadores, aos empresários: não confiem em segurança jurídica, em segurança das leis, nem em segurança política. Vejam só o que acontece lá em São Paulo, onde a ordem pública foi embora. A pedido de um partidinho minúsculo, a Rede, o STF impediu o governo de retirar mendigos e suas barracas da frente das lojas. Os lojistas não têm como trabalhar. No Rio de Janeiro, a Rua da Carioca já está com tudo fechado. Era uma rua icônica do comércio da cidade.

No Rio Grande do Sul, os metalúrgicos – a origem do presidente da República – estão sendo desempregados nas fábricas de armamento, porque cada vez mais se restringe o mercado de armas. A Taurus tinha mais de 3 mil empregados, já demitiu 330. Ela tem fábrica nos Estados Unidos, onde ganhou um grande nome, e está abrindo uma fábrica na Índia; de repente, acaba indo embora do Brasil, porque aqui não há segurança legislativa, jurídica e política. O presidente briga com o agro, chama o agro de “fascista”, dá mais apoio ao MST do que ao agro; a produção despenca, e despenca o emprego também.

Brasil está voltando no tempo, diz jornal

E isso que o presidente era líder sindical. O Financial Times disse que o Brasil está voltando aos tempos em que Lula era líder sindical, que é uma “cartilha retrô”. Está no jornal Valor a tradução da reportagem, mostrando que medidas como subsídios e ativismo sindical são coisas do tempo dos anos 70. O Financial Times ainda diz que a boa exceção é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nós vemos as consequências: números cada vez mais fortes de gastos do governo. O déficit primário em junho foi de R$ 45 bilhões, porque o Estado gasta cada vez mais. A economia encolhe – estava se falando em 2%, 3% – e a arrecadação cai. No ano passado, em junho, houve R$ 15 bi de superávit, ou seja, de um ano para outro a diferença foi de R$ 60 bilhões.

Economia piora, mas Lula só pensa em acabar com o que dá certo e desarmar o povo

Enquanto isso acontece, quais são as brigas de Lula? Uma é a de fechar as escolas cívico-militares. O Paraná insiste, tem 206 escolas e vai implementar ainda mais, porque sabe que isso é bom: é bom para o bairro onde está a escola, é bom para a administração da escola, que está sempre limpinha, ninguém estraga a pintura, ninguém depreda. Só é ruim para o traficante que não fica mais perto da escola. Melhor ainda: é bom para o país, porque o aproveitamento escolar é maior, cai a evasão escolar e sobem as notas, as pessoas aprendem mais. O Brasil precisa de pessoas que saibam interpretar o que estão lendo, mas parece que o presidente também briga com isso, porque mandou fechar as escolas cívico-militares.

E ataca também o povo armado. Nos Estados Unidos se conhece uma frase: “povo armado é povo livre”, para evitar os abusos do Estado e para a segurança de sua casa, de sua família, de sua propriedade, de sua loja, mas Lula também está contra isso.

Lula diz que a dor no quadril, que vai fazê-lo botar uma prótese, o deixa de mau humor. Mas o país não precisa ser o foco e alvo do seu mau humor. Afinal, Bolsonaro também passou os quatro anos sentindo a facada, com todas as consequências e operações que teve e ainda terá de fazer.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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