O Hospital Marcílio Dias, o principal hospital de serviço médico da Marinha, no Rio de Janeiro, está cercado por blindados e por militares armados. Agora é tarde, porque a bala já furou a janela e já atingiu a cabeça de uma médica que estava no último posto da carreira entre os oficiais superiores, era capitã-de-mar-e-guerra. Também tinha sido diretora do Hospital Naval de Brasília. Conto isso para mostrar como as nossas Forças Armadas estão sendo atingidas por essa guerra que atravessa a fronteira com fuzis, metralhadoras pesadas e drogas, conquistando territórios ao Estado brasileiro na antiga capital do país, o Rio de Janeiro. O crime faz isso na nossa cara e conta até com a complacência de autoridades, como ministros do Supremo que proíbem a polícia de subir morro à noite. Tudo isso fortalece o crime e enfraquece as defesas do país, a soberania nacional, as instalações das Forças Armadas, a força da polícia, a nossa paz, a nossa segurança, o nosso patrimônio e as nossas vidas.
Senado tira armas do “imposto do pecado”
O Senado aliviou o “imposto do pecado”, tirando a proposta de cobrar mais imposto sobre armas. Armas compradas pelas pessoas de bem são para a defesa de vida e do patrimônio, são para desestimular ataques de bandidos, assassinos, assaltantes, invasores de propriedade. Então, devem ser estimuladas por menos impostos, em vez de mais impostos. O Senado entendeu isso e tirou essa parte da reforma tributária.
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Geraldo Alckmin é o novo Pedro Aleixo?
O deputado federal Osmar Terra está querendo mais informações sobre a saúde de Lula. Ele quer saber a origem dessa hemorragia, se é venosa ou arterial, que vem de 50 dias, desde aquela queda no Palácio Alvorada, quando Lula bateu a cabeça no chão. Na quinta-feira fizeram uma segunda cirurgia dentro da emergência, que não foi para corrigir a hemorragia, foi para prevenir uma nova hemorragia, tamponando uma artéria que irriga a dura mater, que é a camada mais externa que envolve o cérebro. Isso não vai prejudicar o cérebro, porque a irrigação do cérebro vem da carótida interna, e essa artéria vem da carótida externa. Além disso, há outra irrigação pelo outro lado da cabeça.
Mas o estranho de tudo isso é que Geraldo Alckmin não assume a Presidência. O Diário Oficial publicou na quinta uma lei sobre o mercado de carbono sancionada pelo presidente no hospital, onde ele está na UTI. Dizem os médicos que ele está em pleno uso das faculdades mentais, conversa, se alimenta. Mas não há como não lembrar do episódio com o presidente Arthur da Costa e Silva, que teve um derrame e foi levado para o Rio de Janeiro; ele estava incapacitado, mas os militares não deixaram o vice assumir porque não confiavam em Pedro Aleixo. Ele era um civil de Minas Gerais, homem de conduta ilibada, de posições políticas absolutamente confiáveis, e mesmo assim não pôde exercer a Presidência.
Não sei se agora é falta de confiança no vice ou se é mágoa do tempo em que o vice era seu adversário eleitoral e dizia que Lula queria voltar à cena do crime. Alckmin até foi cumprir o protocolo e recebeu o primeiro-ministro da Eslováquia, mas só. Não assinou nada, não deu ordem para nada, não aconteceu nada. Estamos vivendo de volta tempos parecidos com o de Costa e Silva: a Constituição prevê que o vice assuma no caso do impedimento do presidente, mas não querem considerar que há impedimento. O vice só tem assumido nas viagens de Lula – aliás, falando de viagem, quando eu tive um acidente semelhante ao de Lula, fui proibido de voar.
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