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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Bolsa Família

Os golpes em programas sociais e a esmola que vicia

(Foto: Prefeitura de Guarulhos)

Vejam só o quanto do nosso dinheiro estava indo para mãos erradas, de gente que, por algum motivo, andou tapeando o Bolsa Família e o programa do gás. O governo desconfia que 1,2 milhão de pessoas estão sem receber o Bolsa Família por causa de situações como a de uma família de três pessoas, pai, mãe e filho, em que o pai declara que mora sozinho, que ele é a família, e ganha R$ 600; a mãe declara que mora sozinha e ganha outros R$ 600; e o filho também diz que é sozinho, e leva mais R$ 600. No total vão R$ 1,8 mil dos nossos impostos, quando a família toda deveria receber R$ 600. No programa do gás, só têm direito ao R$ 110 do botijão de gás de 13 quilos por mês quem ganha menos de meio salário por mês, mas o governo acha que 267 mil pessoas declararam falsamente que ganham menos que isso, e estão levando dinheiro dos nossos impostos também.

A ministra do Planejamento acha que só aí escorrem R$ 7 bilhões dos nossos impostos – não é “dinheiro do governo”, não: o governo não produz riqueza, não produz nada, só gasta, só aplica. Pode ser não apenas em custeio, mas também em investimento, e mesmo assim é o nosso dinheiro. Quem cria a riqueza somos nós, é o nosso trabalho, nosso suor, nossas mãos, nosso cérebro; e uns 36% de tudo que que produzimos, pagamos e trabalhamos vai para os governos municipais, estaduais e federal prestarem serviço nos três poderes, Judiciário, Legislativo e Executivo.

Continua aquele problema que todos conhecem: é muito melhor ensinar a pescar que dar o peixe. Luiz Gonzaga canta isso, que a esmola humilha o cidadão e vicia, o que é pior ainda. Precisa haver uma porta de saída, demos um auxílio emergencial para quem precisa, mas é preciso capacitar as pessoas, agitar a cabeça delas para que invistam em si próprias, produzam, contribuam para a riqueza nacional e não para a pobreza nacional.

PL da Censura coloca o Brasil no caminho da China

Vamos ficar parecidos com a China, com essa história de lei para censurar as redes sociais. Na quinta-feira fez aniversário o início do movimento na Praça da Paz Celestial, em 1989, pedindo democracia, mas não adiantou nada. Aqui estamos fazendo o caminho da China: inventamos nomes bonitinhos para essa lei da censura das redes sociais, e o pior tem sido a atitude de nossos representantes, nossos mandatários. Nós, os mandantes, estamos apavorados, porque elegemos cerca de 70% de deputados de centro e de direita na Câmara, mas na votação da urgência ganhou a tese da esquerda, que adora uma censura. A esquerda ideologicamente é totalitária, exige censura, como vemos na Venezuela, em Cuba, na China, na Nicarágua.

O perigo existe não apenas para o nosso futuro, mas para o futuro dos nossos filhos, netos, bisnetos. Porque estão passando por cima da Constituição, que é muito clara, “cidadã”, como dizia o Doutor Ulysses; está escrito lá, no parágrafo 2.º do artigo 220, que “é vedado todo e qualquer tipo de censura política, ideológica e artística”. Mas estão fazendo isso na nossa cara. É uma vergonha, especialmente para quem se cala diante disso.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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