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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Acabou o dinheiro

Governo só pensa em cobrar mais imposto e começa a pagar o preço

IPCA
No acumulado de janeiro a julho, arrecadação somou R$ 1,27 trilhão. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo / arquivo)

O funcionalismo público federal está perplexo, segundo dizem suas lideranças. Elas receberam a notícia de que o governo tem R$ 1,5 bilhão para fazer o reajuste do ano que vem, sobre uma folha de R$ 139 bilhões; dá um aumento de 1,08%. O governo acena com uma esperança: se a arrecadação federal subir no segundo semestre, o aumento pode ser maior. Só que não: a arrecadação federal vem caindo desde o início do ano, e a queda aumenta a cada mês. No acumulado do ano, até o fim de julho já está em 5,3% comparando com os sete primeiros meses de 2022. Só em julho a queda foi de quase 7%. Isso mostra um esfriamento da economia, tanto que a geração de empregos em julho foi 36% menos que em julho do ano passado.

O governo está gastando muito, agora tem 38 ministérios, está cobrando muito imposto e está arrecadando menos. É a Curva de Laffer: quanto mais caro, mais alto for o imposto, mais desestímulo à economia que é tributada. E aí a arrecadação cai. É como o lucro do comerciante: quer lucrar muito, vai vender pouco; quer lucrar pouco, vende muito e acaba ganhando bastante. É óbvio.

Pais precisam ficar muito atentos ao que as crianças estão vendo nas escolas

Quero destacar o exemplo que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, deu na terça-feira à noite, quando descobriu que quatro escolas municipais para criancinhas tinham recebido um grupo nojento, vulgar, que encena uma égua no cio, com um “cavalo tarado”. É horrível. O prefeito mandou afastar todos os diretores das escolas e abriu sindicância para saber por que contrataram esse grupo e quanto pagaram, vai cobrar na Justiça a devolução do dinheiro. Expor crianças a isso é horroroso. E fica o alerta para os pais que não sabem o que está acontecendo nas escolas, porque não é só no Rio de Janeiro que isso acontece e não é agora, vem de muito tempo. Já citei no YouTube o caso de uma escola do Distrito Federal que estava fazendo a mesma coisa, ensinando ideologia de gênero sem os pais saberem para as crianças. É um horror, um desrespeito à natureza infantil.

Explicação do ministro da Justiça sobre imagens do 8 de janeiro não faz o menor sentido

A questão das imagens do 8 de janeiro está atormentando o ministro da Justiça. O ministério tem 40 câmeras, mas ele só entregou o conteúdo de duas – e nem isso queria entregar. Quando a comissão decidiu pedir essas imagens, surpreendeu os governistas; o senador Randolfe Rodrigues e a relatora Eliziane Gama tentaram reverter e não conseguiram. O ministro relutou em entregar, disse que era com a Polícia Federal, que era segredo de Justiça. A comissão foi ao Alexandre de Moraes, que liberou, e o ministro só entregou as imagens de duas câmeras num total de 40.

O fotógrafo da Reuters que estava lá dentro do prédio disse que havia 240 homens da Força Nacional estacionados no Ministério da Justiça. Então, o que houve? Apagaram tudo? O presidente da comissão ligou para o ministro da Justiça e ele disse que não existem mais as imagens, porque em 15 dias elas são apagadas automaticamente para dar lugar a outras imagens nas câmeras. Mas aquele não foi um dia qualquer, foi o 8 de janeiro. Quer dizer que chegou 23 de janeiro e tudo foi automaticamente apagado? E o ministro ainda disse que a Polícia Federal havia examinado todas as câmeras e só viu imagens relevantes naquelas duas, e por isso liberou as demais, que já estão apagadas. Obstrução da Justiça, destruição de provas, o que é isso?

O governo nunca quis essa CPI, mas conseguiu, num golpe, ter maioria e está usando a comissão para tratar de outros assuntos que não têm nada a ver com o 8 de janeiro, como relógios Rolex e joias. O Estado brasileiro usa colar? Usa relógio no pulso? Portanto, foram presentes pessoais. É para se considerar isso, uma vez que não há legislação a respeito. Há decisões, portarias, resoluções e um decreto que já foi extinto.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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