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Indígenas em frente ao Hospital de Campanha Yanomami, em Boa Vista (RR).
Indígenas em frente ao Hospital de Campanha Yanomami, em Boa Vista (RR).| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) está mostrando que as mortes de indígenas por homicídio cresceram no governo Lula. Eu lembro que a campanha petista foi toda cheia de frases como “nós vamos salvar os indígenas”, “vamos proteger os yanomamis”, “não vai acontecer mais o que está acontecendo no governo Bolsonaro”. O Cimi – que está usando dados oficiais, não está mais colhendo dados por conta própria – diz que no primeiro ano do governo Lula, 2023, houve no mínimo 208 assassinatos de indígenas. No último ano de Bolsonaro, 2022, foram 180. E o Cimi disse que no dado oficial de 2023 não foram incluídas mortes por homicídios culposos; só constavam os dolosos, em que havia intenção de matar. Aí sobe para 225, o que dá 25% a mais no primeiro ano de Lula em relação ao último ano de Bolsonaro.

Sobre os yanomamis, o número que vi na Folha de S.Paulo era de 363 no ano de 2023, incluindo mortes por doenças ou falta de proteção da saúde pública – afinal, eles são brasileiros como nós e o Estado é responsável pela saúde das pessoas, está escrito na Constituição. O último ano do governo Bolsonaro teve 20 mortes de yanomamis a menos, foram 343. E agora o governo Lula está ocultando os dados sobre óbitos de yanomamis neste ano, não sei se entrou em algum desses sigilos de 100 anos. Os números deste ano, então, podem ser superiores. Esse sigilo é para encobrir alguma coisa.

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Querer deixar indígenas parados no tempo é crueldade

Tudo isso mostra uma incompetência muito grande, uma falta de compreensão dos hábitos dos yanomamis. Eu converso com gente lá de Roraima, inclusive indígenas; o que eles querem é energia elétrica, cobertura de rede digital, acesso a televisão, máquina de lavar roupa, fogão a gás. Eles são brasileiros!

Os caciques de lá me contam essas histórias. Nas aldeias onde eles conseguiram muita coisa, o sonho das mulheres é máquina de lavar roupa. Eles querem ter água purificada, querem poder se sentar num vaso sanitário de louça e não ficar agachado na floresta. Por que meia dúzia de gente cruel quer impor aos indígenas que fiquem no passado, na idade pré-histórica? É um absurdo isso, uma maldade, uma crueldade o que estão fazendo com esses brasileiros que querem, como todos os outros, se integrar à sociedade brasileira e viver com as vantagens da civilização. Por que motivo um grupo, uma etnia, uma nação indígena tem de parar no tempo, parar em 1500?

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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