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O presidente Lula (PT) já está na Argentina. Ele se encontrou no domingo com o presidente Alberto Fernandéz e logo vai ter reuniões com empresários. Nesta segunda terá reunião da cúpula de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) – são 32 países se não me engano.
Ele se encontrará com o chefe de Cuba e o Maduro, da Venezuela, depois de ter demitido o comandante do Exército em Brasília. E na volta, quarta-feira (25), ele ainda passa por Montevidéu para um encontro com o presidente Lacalle Pou, e depois volta para o Brasil. Está fazendo uma política de boa-vizinhança.
A demissão do comandante do Exército
Agora, essa demissão do comandante do Exército foi muito sentida. Muito. Porque na sexta-feira (20) estava tudo bem numa reunião no Palácio do Planalto, e de repente no sábado (21) ele troca o comandante do Exército. Dizem – eu nem acredito porque seria coisa de picuinha – que foi por causa de um tenente-coronel que foi merecidamente e normalmente, segundo todo o regulamento, escolhido comandante de um batalhão em Goiânia: o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro. Talvez a palavra Bolsonaro tenha causado urticária em Lula. Pode ser isso, mas eu não acredito. Aí é demais, é muita picuinha.
Nomeações de caráter político para cargos importantes
Aliás, eu estou vendo que lideranças de Brasília, como por exemplo Geraldo Magela, liderança do PT, que já foi dirigente de banco estatal, já tinha se anunciado vice-presidente da Caixa. O PT vetou por causa de briga interna. A nova presidente da Caixa, é claro, não vai nomear nenhum vice-presidente – será tudo nomeação política, como acontece nos ministérios.
Todas as nomeações dizem respeito a partidos que devem ou não apoiar o governo no Congresso Nacional. Aliás, uma grande decisão que sai daqui a poucos dias é a eleição do presidente do Senado, que também é presidente do Congresso e que detém o poder sobre a agenda, sobre por ou não em votação requerimentos de impeachment de ministros do Supremo. Isso está muito em jogo agora.
Helicóptero não foi doado ao Rio por Lula
A revista Veja anunciou que o Lula deu um helicóptero para o governador do Rio de Janeiro, o governador Claudio Castro (PL), que era ou é apoiador do Bolsonaro. Só que não: quem comprou o helicóptero foi o governo anterior durante a intervenção na segurança pública. Comprou três: dois foram para a Polícia Civil e um para os Bombeiros. É esse helicóptero que agora a revista diz que foi doado – o helicóptero foi comprado em 2018, só para a gente esclarecer.
O caso de subnutrição dos Yanomami
A outra interrogação é sobre a subnutrição na reserva Yanomami. Dizem que 99 crianças já morreram principalmente por subnutrição. A reserva, no Brasil, tem o tamanho do estado de Pernambuco, que alimenta 9 milhões de pernambucanos. A reserva, no Brasil, de Yanomamis, tem 20 mil índios. Será que não tem peixe, não tem frutas, não tem terra para plantar? Não tem porco, cabra, vaca? Alguém precisa me explicar por que o governo tem que mandar helicóptero da Força Aérea levando comida. O que está havendo?
Agora, se há uma crise sanitária, de malária, dengue, doenças – parece que crianças também morreram por diarreia, por falta de atendimento... Também os ambientalistas dizem que os índios têm remédios para tudo, mas também não tem. É só um esclarecimento que tem que ser prestado. É igual na medicina chinesa: quando o líder político chinês precisa de uma cirurgia, embarca para Paris. Então tem essas lendas e tem a realidade. E agora parece que está se mostrando a realidade.
É preciso, sim, agir. Mas não apenas com propaganda política. Mas com realidade. O que que está havendo lá? O que há, afinal? A reserva Yanomami, se pegar a Venezuela também, é igual à soma de Pernambuco com Santa Catarina. Ou seja, um lugar onde vivem mais de 15 milhões de pessoas. E nessa reserva vivem 35 mil, ou seja, área suficiente para a sobrevivência.