
Vocês lembram do Guido Mantega? Nasceu na Itália, veio para o Brasil, virou ministro da Fazenda de Lula, caiu na Lava Jato, foi detido, mas se negou a fazer delação premiada, ao contrário de Antonio Palocci. Agora ele está livre, mas não consegue se encaixar de novo no mundo financeiro, mesmo sendo economista formado nos Estados Unidos. Lula vinha procurando um lugar para Mantega, como agradecimento por ele ter se recusado a assinar uma delação premiada. Tentou umas três opções, não conseguiu, mas agora Lula encontrou uma boquinha para seu ex-ministro.
Mantega será um dos integrantes do Conselho Fiscal da Eletrobras. Para o Conselho de Administração, Lula também nomeou, muito agradecido, três pessoas que sempre foram contra a privatização da Eletrobras, que ganhou um status diferente, agora está capitalizada. Os escolhidos foram Nelson Hubner, que já foi diretor da Aneel; Maurício Tomalsquim, que é diretor da Petrobras; e Silas Rondeau, que já foi ministro de Minas e Energia do governo PT. Está todo mundo garantido lá.
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Vagas em conselhos são recompensa para engordar salário de aliados
Esses lugares em conselhos e coisas do tipo – a primeira-dama Janja, por exemplo, foi nomeada em 2005 para o gabinete de Jorge Samek, que era o diretor brasileiro da Itaipu Binacional – são um tipo de compensação. A pessoa tem uma boa renda em um determinado lugar, é convidada para um cargo, e ganha lugar nesses conselhos de “brinde”. Digo isso porque já aconteceu comigo: no governo Sarney fui convidado para ser o presidente da Empresa Brasileira de Notícias, da agência oficial; eu não aceitei porque ganharia menos, mas tentaram me convencer dizendo “não, você também vai ser conselheiro de Itaipu, da Petrobras, vai ganhando jetons por cada reunião do conselho”... É mais ou menos isso que acontece nos órgãos públicos, para levantar a renda da pessoa e convencê-la a poder aceitar o cargo. Mas, no caso de Guido Mantega, é um agradecimento de Lula por ele não ter sido delator, como foi Palocci. Vocês se lembram daquele telefonema de Lula sobre Palocci, em que ele estava furioso, queria vingança.
A lógica de Trump nas negociações com Putin
Almocei, aqui em Lisboa, com dois embaixadores, gente que conhece tudo da política externa, que fez parte de gerações maravilhosas do Instituto Rio Branco. Um deles me chamou a atenção dizendo que os governos europeus estão totalmente enganados sobre as intenções de Donald Trump com relação a Vladimir Putin. Aliás, o ucraniano Volodymyr Zelensky acabou de dizer que Putin vai morrer em breve, e ficou todo mundo surpreso. É fofoca? Será que ele sabe de alguma doença?
O que um desses embaixadores me disse é que a Europa quer isolar Putin, porque o considera um perigo para a Europa. Tudo bem: mas, isolando Putin, isolando Moscou, para onde Moscou vai? Imaginem uma aliança entre China e Rússia, as consequências geopolíticas de uma aliança que vai do Báltico até o Pacífico. O que está fazendo o Trump, um excelente estrategista, então? Atraindo Putin para ele não se juntar à China. Enquanto isso, Zelensky fica brigando.
Juro alto para consignado não tem a menor lógica
Parece que o consignado não está vendendo bem. As pessoas estão com o pé atrás, e eu até me surpreendi, porque pensava que os juros eram de 2%, mas são 50% mais do que isso: os juros são de mais de 3% - ao mês! É caríssimo! E os números da Fecomércio de São Paulo são impressionantes. Os lares endividados no estado são 69,2%, e subindo. Os inadimplentes são quase um em cada cinco. Isso atinge 2,83 milhões de lares. As pessoas já estão endividadas. E o juro do consignado é alto. Justifica-se o juro alto quando há inadimplência, ou risco de inadimplência. Só que isso não existe nesse consignado, porque o FGTS do tomador do empréstimo está servindo de garantia. É um dinheiro que já está lá, o risco do banco é zero.
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