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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Relógio natural

Estamos livres do horário de verão, ao menos por enquanto

Horário de verão não volta em 2024.
Horário de verão serve supostamente para economia de energia elétrica, mas tem efeitos sobre o relógio biológico das pessoas. (Foto: Tauan Alencar/MME)

Coisa boa: este ano não teremos horário de verão, que é um horário enganador. A pessoa até fica mais tempo no barzinho, vai dormir mais tarde, acorda mais cansada de manhã e tem uma produtividade menor durante o dia. Se a renda do trabalhador depender da produtividade, ele perde até a renda. As crianças, por sua vez, principalmente as que estão no meio rural, vão para a escola no escuro, com todos os perigos. Era para economizar energia elétrica, mas desgasta o corpo humano, esse horário de verão. Vamos seguir o sol e as estações do ano.

Lula faz mais carnaval para anunciar nova compra de arroz 

O presidente Lula anunciou festivamente, num encontro de propaganda totalmente desnecessário, que o governo vai comprar 500 mil toneladas de arroz com verba de R$ 1 bilhão – ou seja, por R$ 2 o quilo –, e que vai comprar preferencialmente de pequenos produtores, que já podem se inscrever para garantir a venda. Disse que é para mitigar os efeitos das secas e das enchentes nas regiões produtoras, principalmente o Rio Grande do Sul. Seria muito mais simples reconstruir pontes e refazer estradas imediatamente, e principalmente dragar o fundo dos rios, que ainda estão entupidos, e qualquer nova chuva fará com que o rio transborde. Mas esse tipo de coisa não rende a publicidade de que Lula gosta.

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Lula adora falar mal de banqueiro – mas só pelas costas  

Lula também recebeu banqueiros do Itaú, do Bradesco, do Santander, e só faltou fazer declaração de amor. Disse que não tem nada contra os banqueiros – é o que ele diz para os banqueiros, porque para os outros ele espinafra a Faria Lima e o mercado financeiro, está sempre falando mal. É o viés do Foro de São Paulo, do qual ele foi um dos fundadores, ao lado de Hugo Chávez. Aliás, o PT assinou uma nota do Foro de São Paulo dizendo que a eleição na Venezuela foi uma maravilha, que não houve nenhuma fraude e que Maduro foi eleito. São coisas que somos obrigados a ouvir e, mais do que isso, a comentar, para que as pessoas pensem a respeito.

STF está sempre pronto a não deixar deputados e senadores fazerem seu trabalho 

Assim como não temos como não pensar nas prerrogativas dos deputados e senadores. Não são concessão divina nem do Supremo, mas algo que foi muito pensado e estudado pelos constituintes, resultando no artigo 53: deputados e senadores “são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer palavras”. Mas agora, a todo momento, deputados e senadores são ameaçados por ações que chegam ao Supremo. Devo lembrar que, a priori, o Supremo, o Judiciário, o juiz não têm iniciativa. A iniciativa é do Ministério Público; pode ser do delegado de polícia, que leva um inquérito ao MP. Ou pode ser, também, de um partido político que aciona o Supremo.

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Agora, por exemplo, as pessoas estão vendo o Solidariedade (do Paulinho da Força) e o PSol entrarem no Supremo para bloquear duas PECs que estão tramitando. Uma delas restringe a decisão de um único juiz para suspender uma lei que tenha sido aprovada pela maioria dos deputados e senadores, nossos representantes. A outra permite que, no momento em que o Supremo decidir algo que é da alçada do Congresso, fazendo lei sem ser o Poder Legislativo, o Congresso Nacional possa bloquear essa decisão pelo voto de dois terços da Câmara e do Senado. Por exemplo, dizer qual é a quantidade de maconha que a pessoa pode transportar é fazer lei, não é uma decisão do judiciário.

Mas como é que o Supremo vai pegar duas ações propostas pelo PSol e pelo Solidariedade e interferir, agir, uma vez que o próprio STF é o principal interessado? Isso me parece impossível, contraria qualquer princípio do direito – mas contrariar princípios do direito já não é inédito no Brasil.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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