É obrigação constitucional do Ministério Público fiscalizar se o artigo que determina que saúde é dever do Estado e direito de todos está sendo cumprido. Pois, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, mandou ofício para todos os governadores questionando sobre os hospitais de campanhas.
Ela deu prazo até sexta-feira (19) para que informem quantos e quais hospitais foram construídos durante a pandemia, quais foram desativados e os motivos para isso, e qual foi o destino dos insumos e equipamentos dessas unidades que pararam de funcionar.
Além disso, a subprocuradora perguntou quantos desses hospitais de campanha começaram a operar depois de prontos e quantas unidades estão em funcionamento no momento. Afinal, os demais hospitais estão lotados.
Seria bom se Lindôra mandasse investigar o interior de alguns hospitais de referência, porque eu tenho recebido denúncia de um certo caos dentro dos hospitais. Esse sentimento não vem da lotação e sim do medo dos profissionais, da incompetência e por não saberem o que fazer em relação aos que estão com coronavírus. Pode não ser nada disso, mas seria bom investigar.
Eu vejo que nos lugares em que os prefeitos estão tomando iniciativa, junto com a Câmara de Vereadores e os médicos, os hospitais e as UTIs estão ficando mais vazios. Os profissionais de saúde estão cumprindo com as suas obrigações, que é não deixar que uma doença se agrave.
Fechado com Bolsonaro
O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está em um período de transição na pasta. Nos próximos 10 dias, ele trabalhará com o general Eduardo Pazuello.
Queiroga é paraibano — mais um ministro nordestino —, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia desde 2019 e diretor da Agência de Saúde Suplementar, por indicação do presidente Bolsonaro.
Obviamente, Queiroga está alinhado com Bolsonaro, senão ele não seria ministro, já que esse cargo serve para auxiliar o presidente. Uma prova disso é que ele é eleitor de Bolsonaro.
Quem foi o amigo da onça
Ludhmila Hajjar foi chamada para conversar com o presidente e estava sendo cotada para ser a nova ministra da Saúde, certamente indicada por algum “amigo da onça” de Jair Bolsonaro. Ela não tem nada a ver com o presidente.
Na segunda-feira (15), ela alegou que estava sofrendo uma série de ataques e que tentaram invadir o hotel em que ela estava em Brasília. O local em que Ludhmila se hospedou negou a versão dela.
Em nota, o hotel alegou que “nenhuma ocorrência foi relatada nas dependências do empreendimento e nenhuma queixa, sobretudo por parte da vítima, foi repassada para a administração”. Foi um fiasco a passagem dessa médica aqui por Brasília.
De olho em efeitos colaterais
Depois de vários países europeus começarem a suspender a aplicação da vacina da Oxford/AstraZeneca para investigar se casos de trombose e embolia pulmonar estão relacionados ao medicamento, a Anvisa está de olho nos efeitos colaterais de imunizantes contra a Covid-19.
Houve uma reunião entre presidentes das principais agências reguladoras do mundo, na terça-feira (16) e todos demonstraram interesse nos resultados dessa investigação. O Brasil comprou 220 milhões de doses da vacina de Oxford. Eu conversei com o presidente da Anvisa e ele garantiu que está muito atento a esse caso.
VEJA TAMBÉM: