Na quinta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro deve ir à superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento, como exige o ministro Alexandre de Moraes, dentro das investigações da Operação Tempus Veritatis. Ele está sendo acusado de promover uma tentativa de golpe. Bolsonaro pediu para adiar o depoimento até que tenha conhecimento dos autos, para saber de que exatamente está sendo acusado, quais são as circunstâncias, quais são os detalhes da acusação, para que possa responder, mas Moraes não lhe deu essa oportunidade. Pelo que se sabe, Bolsonaro estará lá para depor, mas exercerá o seu direito de ficar em silêncio.
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Crise da dengue poderia ter sido facilmente evitada
No Distrito Federal temos uma séria crise sanitária. Já passam de 80 mil os casos de dengue, com ao menos 35 mortos. Os caminhões da limpeza pública estão atuando muito para limpar a cidade de todo o entulho, dos pneus velhos, mas fazem isso só agora, depois que os mosquitos já estão criados. Mas esse é o tipo de epidemia ou contaminação em que a ação tem de acontecer antes, com prevenção. E é fácil prevenir: basta não manter lixo, nem criadouros de mosquito, e em Brasília, ainda por cima, todos sabem quando chove e quando não chove, é a coisa mais fácil do mundo. É injustificável agir só agora, mas também há a responsabilidade das pessoas que têm uma cultura de deixar lixo no quintal, que não foram acostumadas a cuidar de um quintal bonito, bem limpinho, florido. Já quanto aos depósitos de entulho, de lixo, de pneus, a fiscalização existe para isso, não é só para ficar vendo onde multar, é para mandar recolher também.
Apesar de apoio, pedido de impeachment de Lula por fala contra Israel não vai prosperar
Estão todos comentando a entrega, pela deputada Carla Zambelli, do pedido de impeachment do presidente Lula por causa da confusão com Israel. Ela alega que houve crime de responsabilidade porque se criou perigo de guerra e houve prática de antissemitismo, de injúria racial.
Mas eu olho o artigo 85 da Constituição e não vejo isso. Vejo possibilidades de enquadrar outras pessoas de outros poderes, mas não o presidente da República. A Carta Magna diz que “são crimes de responsabilidade os que atentem contra a Constituição”, especialmente: contra “a existência da União”, mas não é o caso; contra “o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos poderes constitucionais das unidades da Federação”, mas não vi nada disso da parte do presidente da República; contra “o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais”, também não é o caso de Lula, mas já vi isso em outros poderes; contra “a segurança interna do país”, mas não é o caso de achar que teremos guerra com Israel; contra “a probidade na administração”, isso já ocorreu, como a Lava Jato mostrou, mas foi em outro mandato; contra “a lei orçamentária”, foi o caso de Dilma, não é o caso de Lula até agora; e, por fim, contra “o cumprimento das leis e das decisões judiciais”, também não é o caso, porque Lula nunca deixou de cumprir.
Acho que o pedido é inútil, ainda que tenha um apoio grande, equivalente a quase um quarto do total de deputados – são mais de 130 assinaturas, eu não vi o número fechado –, mas acho que não vai em frente. É um barulho político que a oposição faz, como já fez tantas vezes com outros presidentes, mas não vai dar em nada. O que vemos, isso sim, é uma condenação internacional muito grande às palavras de Lula. Os governistas dizem que Lula está projetando o país no exterior, mas nesse momento acontece exatamente o contrário: ele está amesquinhando e envergonhando o país.
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