Federações empresariais de Santa Catarina pediram publicamente ao presidente Jair Bolsonaro que vete o fundo eleitoral que consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e que pode chegar a até R$ 5,7 bilhões. O modo como isso foi votado e aprovado na Câmara é um absurdo. E agora virou um bate-boca entre o presidente da República e o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), que presidia a sessão.
Os deputados votaram a favor, mas dizem que não queriam votar. O texto acabou sendo aprovado em votação simbólica para salvar a LDO e o recesso parlamentar. O mesmo aconteceu no Senado. Tudo muito estranho. O presidente tem 15 dias para vetar ou sancionar, e se o Congresso não quiser aceitar, que assuma a responsabilidade derrubando o veto do presidente.
É um absurdo porque todo poder emana do povo e está óbvio que o povo não está disposto a pegar quase R$ 6 bilhões dos impostos que é obrigado a pagar e entregar para partido político fazer propaganda eleitoral.
Urnas eletrônicas à venda
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) colocou à venda a peso de sucata – R$ 0,79 o quilograma — 83,4 mil urnas eletrônicas. Que nós usamos para eleger os nossos representantes nas eleições de 2006 e 2008. A alegação do TSE é que essas urnas estão completamente defasadas e inseguras.
Só que naquela época, é bom lembrar, já tinha sido aprovado no Congresso uma lei — projeto do então senador Roberto Requião (MDB-PR) — que exigia o comprovante de voto em papel. Mas a Justiça disse que não tinha condições de fazer isso naquela ocasião.
Agora as mesmas urnas estão ultrapassadas, diz o TSE, que vai ter que comprar equipamentos novos. Podia bem comprar nova já com o comprovante de voto podendo ser emitido, conforme a proposta de emenda à Constituição que está lá na Câmara sendo discutida em comissão especial.
Fortes sinais
Boas notícias: a Serasa informa que as vendas do comércio de varejo no primeiro semestre tiveram um aumento de faturamento de 10,1%. Isso é excepcional. Está certo que é a recuperação do que foi perdido no ano anterior, mas é sinal de recuperação.
Agora, nada como os números da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul no seu índice de otimismo dos industriais. A média histórica desse índice é de 53,9 pontos. Sabe quanto é que está agora? 61,1 pontos de otimismo, um recorde.
E o que faz o otimismo? O otimismo aqui no Brasil — eu assisti, testemunhei — fez o milagre econômico na década de 1970, onde não havia desemprego. Havia carência de matéria-prima, porque se vendia tudo, estava todo mundo ganhando dinheiro, e um crescimento que chegou a 14% do PIB em um ano. A média foi de 11,2%, naquele período de três, quatro anos. E foi movida a quê? Otimismo, entusiasmo.
Porque o otimista, o entusiasta, pensa no futuro e se prepara. Se prepara estudando para ganhar mais um emprego; se prepara investindo, abrindo loja, abrindo indústria, abrindo emprego, plantando mais. Pensando que vai ganhar mais no futuro.
Esse é o brasileiro. Brasileiro profissão esperança, otimista. Deu a volta por cima, sacudiu a poeira e foi em frente. É isso que está acontecendo.
CPI virou motivo de riso
A CPI da Covid informa agora que está aproveitando a ausência nos "palcos", e dividiu-se em sete temas, quer dizer, virou temática. É piada feita, porque a gente que já chama essa comissão de circo, agora virou parque temático.
E tem ainda essa história da ex-atriz pornô Mia Khalifa. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fez uma postagem no Twitter brincando que ia convocar a Mia Khalifa. E ela respondeu: fez uma montagem sentada lá depondo ao lado de Omar Aziz (PSD-AM). Depois, em outro tuíte-resposta a Randolfe, escreveu assim: “CPI em crise, me esperem aí rapazes que eu já estou indo”.
Este é o perigo que a CPI corre desde o início: virar motivo de riso. Por causa de questões ridículas e estapafúrdias. E as pessoas estão assistindo. Eu tenho dito que os senadores da CPI têm se submetido à exposição pública muito mais que os próprios depoentes.