O presidente Jair Bolsonaro ligou para o chefe do governo de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, oferecendo nosso país para participar da terceira fase de testes do inalador nasal que curou 29 pessoas de coronavírus em cinco dias. Elas apresentavam um quadro de Covid-19 de moderado a grave.
Trata-se de um inalador que evitaria uma espécie de trombose dos pulmões, aquela tempestade de citocinas que toma os pulmões. Apenas um dos 30 casos observados durante os testes permanece grave - todos os outros 29 foram curados em apenas 5 dias. O primeiro-ministro de Israel explicou que ainda é uma fase muito inicial. Ainda é preciso testar milhares de pessoas.
Vacinas suficientes
Uma vacina, por exemplo, precisa ser testada em pelo menos 100 mil pessoas. Aqui no Brasil, os testes da vacina que temos foram aplicados em 5 mil pessoas. É por essa razão que ela se chama experimental ainda. De qualquer forma, estamos na fila para recebê-la.
Mas isso é para quadros moderados a grave de Covid-19. Ou seja, para pacientes que estão entrando no hospital. Ao mesmo tempo, estamos aplicando a vacina. Há pouco, o Ministério da Saúde anunciou que comprou mais 54 milhões de doses da Coronavac, que é produzida pelo Butantan, sob licença da Sinovac chinesa.
Já havia sido comprado um lote de 46 milhões, além de mais de 22 milhões de doses de vacinas da Oxford, que serão produzidas pela Fiocruz. Também vamos receber 42 milhões de doses da vacina do consórcio Covax, do qual somos participantes. Ainda, estamos comprando 30 milhões de doses da vacina Covaxin, da Índia, 30 milhões de doses, e 10 milhões de doses da Sputnik V, vacina russa que será produzida em Brasília. Isso significa que já são mais de 400 milhões de doses para um país com 212 milhões de habitantes. Já está equacionado. As vacinas ainda precisam ser produzidas, e o mundo inteiro está a espera disso. Dependemos dos laboratórios e da entrega dessas compras.
Barulho na pandemia
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, aceitou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para abrir inquérito e investigar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em relação à falta de oxigênio em Manaus. Ele encaminhou o processo para a Polícia Federal. O Supremo teria que ser coerente, porque no dia 15 de abril do último ano a Corte determinou que a autoridade maior, na administração da pandemia, seria dos prefeitos e dos governadores. Mas, agora, querem responsabilizar o ministro da Saúde, justamente no momento em que Manaus está com abundância de oxigênio.
Chegou um contêiner equivalente a 9 mil cilindros em Manaus. A FAB também já transportou para lá 28 usinas de produção de oxigênio. Então, vai ser tempo perdido, um esforço perdido, energia perdida: não vai dar nada. Mas o objetivo que terá sido cumprido é o de fazer barulho em torno dessa história.
Cidadania não quer armas
A senadora do Maranhão Eliziane Gama (Cidadania) afirmou que tem projetos no Senado para anular os quatro decretos do presidente que facilitam o acesso a armas para o cidadão de bem que comprove equilíbrio emocional, que comprove que conhece o manejo de armas, que sabe como vai guardá-las, para que proteja a si próprio, sua família, seus bens e seu patrimônio.
Mas a senadora não quer. Ela é do partido Cidadania. O curioso é que esse partido se chamava Partido Popular Socialista. E, antes, se chamava Partido Comunista Brasileiro. Aí está a ironia: o Partido Comunista Brasileiro, de onde decorre o Cidadania, ao qual pertence a senadora que não quer saber de arma, pegou em armas em novembro de 1935 e matou centenas de pessoas, num levante para implantar o comunismo no Brasil.
Já que não tinha voto, pegou em armas, em Natal, no Recife e no Rio de Janeiro. No Rio, na Praia Vermelha, na Vila Militar e no Campo dos Afonsos. Isso é irônico. Mas será preciso voto para fazer isso e, como sabemos, na Câmara, por exemplo, a oposição tem garantidos apenas 131 votos dos 513 deputados. No Senado, deve ser a mesma coisa.