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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

De tudo um pouco

Ivermectina, mala de dinheiro e o exemplo que vem do Wall Street Journal

Anvisa passou a exigir receita médica para compra da ivermectina.
Anvisa passou a exigir receita médica para compra da ivermectina. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

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A Anvisa está exigindo receita para a compra de ivermectina. A agência adotou a mesma medida que tomou com a hidroxicloroquina. Esses dois medicamentos não precisavam de receita médica.

Até que o órgão percebeu que todo mundo começou a recorrer ao medicamento para prevenção. É aquela receita que precisa identificar o médico, identificar o paciente, é dureza.

A Anvisa precisa parar de afirmar que não está na bula que a ivermectina pode ser usada para prevenção da Covid-19 e ter a humildade de reconhecer que a ciência vem da experiência. Ainda estão experimentando vacinas, ou seja, ainda não tem outra solução e, por isso, a gente precisa ir com o que a gente tem à disposição.

Geddel fez escola

Uma operação do Ministério Público do Distrito Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas do ex-governador Agnelo Queiroz e do ex-secretário de Saúde Rafael Barbosa.

O ex-governador é acusado de obter vantagem indevida envolvendo o aluguel de leitos. De acordo com o MP, os valores foram repassados ao Instituto Brasília para o Bem-Estar do Servidor (Ibesp).

Na casa da vice-presidente do Ibesp, Adriana Zanini, que também foi alvo da busca e apreensão, foi encontrada uma mala de dinheiro com R$ 250 mil. As pessoas estão seguindo o modelo Geddel — não acreditam em banco.

Além disso, Agnelo Queiroz está envolvido em outros escândalos de corrupção, como as construções do estádio para a Copa do Mundo de 2014 e de um centro administrativo que não tem nenhuma utilidade.

Já na casa do ex-governador de Brasília tinha uma carabina. O interessante é que enquanto Agnelo estava no poder, ele fazia discursos defendendo o desarmamento da população para a segurança de todos. A arma não tem registro, portanto, foi levada para a delegacia e ele precisou pagar uma fiança de R$ 3 mil.

Governadores na berlinda

Agora são três o número de governadores que tem um processo de impeachment aberto na Assembleia Legislativa. Entrou na lista, o comandante Carlos Moisés, governador de Santa Catarina.

Dessa vez não foi por conta do covidão. O motivo é que o governador concedeu um aumento aos procuradores e ele foi enquadrado na lei de improbidade administrativa. Eu só não sei porque a vice-governadora Daniela Reihner também está sendo acusada. Acho que o motivo é que necessário ter uma boa relação com a Assembleia senão isso acontece.

Os outros governadores são: Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e Wilson Lima, do Amazonas. Eles sim estão sendo acusados de desviar verba pública do combate ao coronavírus. Além disso, pelo mesmo motivo estão investigando uma meia dúzia de governadores.

Liberdade de expressão

O procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato de Curitiba, virou alvo de mais uma queixa-crime simplesmente porque expressou sua opinião. Realmente, Deltan tem um temperamento difícil, quem convive com ele, como parentes, confirma essa informação.

Mas ele tem o direito de criticar o presidente do STF. A reclamação ocorreu porque Dias Toffoli impediu que a decisão de um juiz, de busca e apreensão no gabinete de José Serra, fosse cumprida. Deltan afirmou que isso auxilia na impunidade.

Rebelião no Wall Street Journal

Os jornalistas do Wall Street Journal fizeram uma rebelião exigindo que o jornal volte a separar a notícia da opinião. É a refundação do jornalismo. Hoje há opinião disfarçada de notícia, o que é um problema.

Quando eu aprendi, a notícia era notícia; não havia a mistura com a opinião de quem escrevia. Essas informações vinham separadas para não tapear o leitor, o espectador ou o ouvinte. A notícia não pode vir deformada e corrompida pela opinião de quem faz. Esse é o jornalismo raiz. Que o Wall Street Journal sirva de exemplo.

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