Javier Milei está se destacando em liderança na América Latina. Ele percebeu que o grande potencial da Argentina comporta também uma presença política grande. Enquanto o Brasil está mais preocupado em se aliar ao Irã e à China, Milei é mais realista e sabe que a Argentina é um país do mundo ocidental, da grande aliança em torno dos Estados Unidos, forjada por séculos de amizade e de alianças militares e econômicas. A partir de 20 de janeiro, com a nova administração dos EUA, a Argentina provavelmente será o principal interlocutor latino-americano da maior potência da terra.
Brasil insiste em aliança com um Irã cada vez mais enfraquecido
Já a nossa política externa, que está contra Israel, em favor do Irã, ainda tem de lidar com o enfraquecimento do regime iraniano, a ponto de haver quem preveja a queda do regime, depois do que acaba de acontecer na Síria, onde Bashar al-Assad era aliado do Irã. Supõe-se que possa haver uma onda muito grande pedindo liberdade, o fim da ditadura dos aiatolás e democracia no Irã, que já foi um país ocidentalizado nos tempos do xá; só depois houve essa islamização completa, tolhendo liberdades, principalmente das mulheres.
Mercado rejeita Lula, que bota a culpa na comunicação
Voltando à Argentina, a aprovação de Javier Milei no primeiro ano está em 56%, maior que a de todos os presidentes argentinos anteriores nessa mesma altura do mandato. É uma situação bem diferente daqui, onde o presidente Lula está muito preocupado com sua desaprovação – que, no mercado financeiro, chega a 90%, consequência dos números que temos visto.
Lula está culpando a sua Secretaria de Comunicação, como se fosse uma questão de falta de propaganda. Mas isso não tem nada a ver com propaganda do governo. O produto não é bom, e quando é assim nem adianta propaganda, que acaba se tornando ridícula quando não tem nada a ver com a realidade.
Mas o problema não é a comunicação, é a realidade
O Banco Central faz uma pesquisa de mercado todas as semanas, e a Focus mais recente mostra que a expectativa para a inflação de 2024 subiu. Já passou muito do teto de 4,5%; a previsão agora é de 4,84%. O fim de ano está aí, não sei se o IPCA vai chegar a 5%, mas, em números reais, alguns cortes de carne, por exemplo, já passaram disso. O que não sai é o corte dos gastos excessivos do governo. O mais óbvio seria cortar os ministérios inventados por Lula. No governo anterior, houve 22 ministérios, 23 ministros e ninguém sentiu falta dos outros 15 que Lula acrescentou. Estamos pagando muito por isso – pagando com inflação e com alta do dólar, que já está beirando R$ 6,10.