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Alexandre Garcia

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Eleições municipais

Lições do domingo

Cristina Graeml teve 42% dos votos válidos no segundo turno em Curitiba
A candidata do PMB à prefeitura de Curitiba Cristina Graeml, que chegou ao segundo turno. (Foto: Josi Pavoski/Divulgação campanha Cristina Graeml)

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Consolidou-se no segundo turno a força da centro-direita que se espalhou pelos municípios brasileiros no primeiro. A esquerda encolhe; o símbolo do PT se torna uma estrela cadente. O mais significativo é que o partido não teve nem sequer candidato para a prefeitura de São Paulo, onde foi criado, tendo de apoiar o candidato do PSol, que não elegeu prefeito algum. Dos 39 municípios da Grande São Paulo, região de operários e berço de sindicatos, a esquerda ficou com apenas três prefeituras, com PDT, PSB e PT. Lula nem foi a São Bernardo votar e a alegação oficial foi a de que já não é obrigado, pelos 78 anos de idade; seria melhor ter assumido o motivo real: o risco de voar com hematoma intracraniano.

O segundo turno mostrou quase empate em Fortaleza (CE), Pelotas (RS) e Ribeirão Preto (SP) – onde a diferença foi de 687 votos. Casos para recontagem manual, se isso fosse possível. Em Camaçari (BA), Campo Grande (MS), Olinda (PE) e Caxias do Sul (RS) o resultado foi um apertado 51% a 49%. No primeiro turno, todos os eleitos já eram prefeitos; no segundo, repetiu-se o favoritismo de quem já detinha o poder municipal em Palmas (TO), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG). Partidos mais à esquerda, como PSTU, PCB e PCO, além do PSol, não elegeram prefeito algum, assim como ficaram fora de prefeituras de capitais o PSDB, o PDT, o PCO e o Cidadania (ex-PCB). O PT ficou só com Fortaleza e está em nono lugar em prefeituras.

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Curitiba mostrou que é possível uma pessoa sem Fundo Partidário, sem dinheiro, boicotada pela mídia e, na prática, candidata avulsa, poder chegar ao segundo turno com 43% dos votos válidos. Cristina Graeml decidiu disputar com o vice-prefeito, apoiado pelo prefeito, pelo governador e por ex-governador, e chamou a atenção do país inteiro pela determinação e coragem, como candidata saída das aspirações populares e não de diretórios partidários e acertos e interesses políticos. Sua presença na eleição mostra que é possível sair do povo e não da estrutura política tradicional. Não foi eleita, mas é vitoriosa.

Na principal eleição também surgiu um personagem sem biografia partidária, Pablo Marçal, que quase foi para o segundo turno, mas insistiu em participar da decisão e se perdeu. Acabou dando palanque a um dos candidatos, e deixou à mostra o objetivo de se promover; com erros de tática e estratégia, acabou perdendo o que conquistara. Em Goiânia (GO), o governador Ronaldo Caiado mostrou sua força para 2026, derrotando o candidato de Jair Bolsonaro e do deputado Gustavo Gayer – que, abalado pela visita da Polícia Federal, atribuiu a derrota a Caiado e o chamou de “canalha” nas redes. A reação emocional esquece que, se a centro-direita se dividir, abre espaço para a esquerda em 2026. É preciso ser pragmático como Tarcísio de Freitas e guardar as emoções para os prazeres e não para a guerra eleitoral. Dividir a centro-direita será a estratégia da esquerda neste pré-2026.

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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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