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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Intervencionismo

Lula abre a boca, a Petrobras perde valor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): orientação a conselheiros da Petrobras contrariou equipe econômica. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Lula deu uma entrevista nesta segunda-feira para o SBT. Quando o teor da entrevista foi divulgado, a bolsa, que estava subindo, com bons resultados das ações da Petrobras, despencou. O presidente Lula conseguiu mais uma vez derrubar a bolsa e o valor patrimonial da Petrobras. Já foram uns R$ 56 bilhões em valor de mercado. O que ele disse? Que a Petrobras não tem de pensar só nos acionistas, tem de pensar em investir.

Imaginem qualquer sociedade anônima neste mundo que resolva dizer “nós não temos de pensar só nos acionistas, não. Temos de pensar em investir”. Investir, por exemplo, em coisas como a Refinaria Abreu e Lima. Sabem quem dá o capital para a Petrobras? A ação. Isso no mercado primário, claro, mas o mercado secundário estimula o mercado primário quando vai pedir dinheiro para os acionistas. A União é acionista da Petrobras, mas ela é uma empresa de capital aberto, não é uma estatal em si que é autarquia. Com essa história de derrubar ações da Petrobras, Lula 3 está superando Dilma 2. Teve reunião com o presidente da Petrobras, com o ministro da Fazenda, sobre distribuição de dividendos, e aí “não, vamos investir”. Isso desestimula o mercado de ações que garante a capitalização das empresas.

E Lula ainda xinga o mercado por coisas que não têm nada a ver. “Será que eles não têm pena dessas meninas de 12 e 13 anos que vendem o corpo para comer? Será que o mercado não tem pena dos que dormem na sarjeta?” Não sei, eles comem gasolina, diesel, gás de cozinha? O gás de cozinha serve para esquentar a comida, pelo menos. E ele aparece com um número, 735 milhões de pessoas que não têm o que comer. Imagino que seja em todo o mundo, ele deve ter visto em algum lugar. Eu fico pensando se ele e o Biden não estão disputando uma corrida para ver quem ganha.

Em Nova York tem Janja; em Washington, parlamentares brasileiros em defesa da liberdade de expressão

A primeira-dama Janja está representando o Brasil em uma reunião da ONU sobre mulheres, é a nossa nova política externa. Enquanto isso, em Washington estão 19 parlamentares que foram para lá dar entrevistas, para contar a situação do devido processo legal, do Estado Democrático de Direito, da censura e da liberdade de expressão aqui no Brasil.

Deixar a Ferrogrão parada é coisa de quem detesta o Brasil

Há muito tempo está parada a Ferrogrão. Uma ferrovia de 933 quilômetros, que vai de Sinop – que eu vi nascer e hoje é uma exuberância de riqueza e produção – ao Porto de Mirituba (PA), para exportação. A ferrovia vai substituir alguns milhares de caminhões, deixando mais barato o transporte e mais competitiva a soja, o milho, o algodão, os produtos brasileiros daquela região. É do tempo da Dilma, mas está parada, porque o PSol entrou no Supremo e conseguiu uma liminar. Continua parada até agora, e vai continuar assim, porque dos 933 quilômetros há 53 que bordejam uma reserva indígena, e aí haveria obras.

Quem não preza a soberania do Brasil detesta rodovia e ferrovia. A conquista do Brasil foi feita primeiro com o pé do bandeirante, que ia buscar pedras preciosas; depois, com a pata do boi; depois, com as rodovias do Juscelino, entrando até Brasília; e, agora, com as ferrovias. Não existe país vazio, o vácuo vai ser ocupado. Quem tem de ocupar é a nação brasileira, e isso se faz primeiramente com rodovias e ferrovias.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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